A classe roceira e a classe operária
Ansiosas espera a reforma agrária Sabendo que ela dará solução
Para a situação que está precária Saindo o projeto, no chão brasileiro,
Se cada roceiro plantar sua área Sei que na miséria ninguém viveria
E a produção já aumentaria Quinhentos por cento até na pecuária. Esta grande crise que há tempo surgiu
Maltrata o caboclo ferindo em seu brio Dentro de um país rico e altaneiro
Morre brasileiro de fome ou de frio Em nossa Manchester rica em imóveis,
Milhões de automóveis já se produziu Enquanto o coitado do pobre operário
Vive apertado ganhando um salário Que sobe depois que tudo subiu. Nosso lavrador que vive do chão
Só tem a metade da sua produção Porque a semente que ele semeia
Tem que ser a meia com o seu patrão O nosso roceiro vive num dilema
E o seu problema não tem solução Porque o ricaço que vive folgado
Acha que o projeto, se for assinado, Estará ferindo a Constituição. Mas grande esperança o povo conduz
Pedir a Jesus pela oração Pra guiar o pobre por onde ele trilha
E para as famílias não faltar o pão Que Ele não deixe o capitalismo
Levar ao abismo a nossa nação A desigualdade que existe é tamanha:
Enquanto o ricaço não sabe o que ganha O pobre do pobre vive de tostão.
Acabou nosso carnaval Ninguém ouve cantar canções Ninguém passa mais brincando feliz E nos corações Saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê É uma gente que nem se vê Que nem se sorri Se beija e se abraça E sai caminhando Dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar Mais que nunca é preciso cantar É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem Qualquer dia vai se acabar Todos vão sorrir Voltou a esperança É o povo que dança Contente da vida, feliz a cantar Porque são tantas coisas azuis E há tão grandes promessas de luz Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver E brincar outros carnavais Com a beleza dos velhos carnavais Que marchas tão lindas E o povo cantando seu canto de paz Seu canto de paz.