108.Ninguém esquece Tancredo-v2-cap-08-m108
Autores: Moacir Laurentino e Sebastião da Silva. Intérpretes: Idem. Gravadora: Chantecler. LP: Sua majestade a viola.
Em abril de oitenta e cinco
O Brasil entristeceu
Tancredo de Almeida Neves
A vinte e um faleceu
Quem plantou tanta esperança
Sem esperança morreu
De repente adoeceu
Na véspera do grande dia
Que havia de tomar posse
Como o povo pretendia
Soprou o vento da morte
Na luz da democracia
Vinte e um o triste dia
De mágoas e desespero
Que se ouviu de Tancredo
Os gemidos derradeiros
Deixando eterna saudade
Nas almas dos brasileiros
Quando o líder dos mineiros
Tombou na hora fatal
Se ouviu as notas sonoras
Do Hino Nacional
Envolvendo os brasileiros
Numa tristeza geral
Em frente ao hospital
Todo o povo apreensivo
Chorava, fazia prece,
Devido o grande motivo
Esgotando as esperanças
De avistar Tancredo vivo
A morte, monstro nocivo,
Levou quem foi bravo e forte
Que passou dias amargos
Pelejando contra a morte
Mas de vê-lo governando
O Brasil não teve sorte
Desse tão profundo corte
Ninguém esquece um minuto
Nossa bandeira parece
Que ainda tem cor de luto
E pedimos a Deus
Que ajude ao seu substituto
Sol a sol lhe dando luto
Tristeza na roupa preta
Palavras dos seus discursos
E seu nome em todo o planeta
São lembranças que não morrem
Na alma de Risoleta
São João Del Rei, a gaveta
Que guarda a sua memória
Morreu por amor à pátria
Partiu conduzindo a glória
Mas os brasileiros justos
Hão de contar sua história
Sua limpa trajetória
O seu sentimento puro
Igual o de Tiradentes
No seu final prematuro
Serão exemplos de honra
Pras gerações do futuro
Sofreu esse golpe duro
Da cruel fatalidade
Só morre feliz quem morre
Por amor à liberdade
Quando não colhe na terra
Colhe na eternidade
Deus salve essa trindade
De homens inteligentes
O Brasil pode esquecer
Outros nomes diferentes
Só não esquece Tancredo
Juscelino e Tiradentes
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