111.O político-v3-cap.-09-m111
- Povo da minha terra. Vocês puxaram meu tapete com cadeira e tudo. Até a minha família votou na oposição.
Dei cimento e dei tijolo Dei areia e vergalhão Subi morro, fui em favela Carreguei nenê chorão Dei cachaça, tira-gosto E dinheiro de montão E mesmo assim perdi a eleição Traidor, traidor Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor Prometi a minha nega que ia ser primeira dama Porém quando eu perdi, ela vendeu até a cama E achei o meu retrato no banheiro da Central Vou dar um coro no meu cabo eleitoral Traidor, traidor Se tem coisa que não presta é um tal do eleitor Hoje eu tenho meus motivos para estar injuriado Porque eu só tive um voto e mesmo assim foi anulado Só tem gente canalha, como tem gente ruim Nem a minha mãe votou em mim
- Ô mamãe ... olha, se meus inimigos não votaram em mim, tudo bem, mãe. Mas a senhora não votar é pilantragem. - Eu hein ... Se teus amigos que não te conhecem não votaram, eu que te conheço é que não voto mesmo. Tu não vale nada.
- A senhora também me traiu. Não tem nada, não. No ano que vem eu tou aí. Deus também vai me ajudar. Miserável! Rasgaram a minha faixa, fizeram barraco no meu hospital. Eu vou arrancar o cano d’água que eu botei nessa rua aí. Quem quiser beber água, que vai beber no Ceará. Vou fazer uma CPI dessas eleições corruptas. Vocês me deixaram só, com uma mão na frente e outra atrás. Desgraçados!
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