43.História de um palhaço-v1-cap05-m43
Tendo o sordado perdido a parada
Pegou logo na pena e escreveu para o anspeçada
O anspeçada, que é homem do diabo,
Pegou logo na pena e escreveu para o seu cabo
O seu cabo que é homem do momento
Pegou logo na pena e escreveu para o sargento
O sargento, que é homem renitente
Pegou logo na pena e escreveu para o Tenente
O tenente, que é homem valentão
Pegou logo na pena e escreveu pro capitão
O capitão do Estado-Maior
Pegou logo na pena e escreveu para o major
O major, que é amargo como fer
Pegou logo na pena e escreveu pro coroner
O coroner, que é homem geniar
Pegou logo na pena e escreveu pro generar
O generar, que é homem sem iguar
Pegou logo na pena e escreveu pro marechar
O marechar, que não gosta de embrulho
Pegou logo na pena e escreveu para o Getúlio
O Getúlio que é homem ativo
Pegou na papelada e mandou para o arquivo.
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(1) Na versão de Eduardo das Neves, a letra é a seguinte: “O soldado que perdeu sua parada / Pegou na pena e escreveu ao anspeçada / E o anspeçada, como homem do diabo / Pegou na pena e escreveu para o cabo / E o cabo pegou logo no papel / Pegou também a pena e escreveu ao furriel / O furriel, como homem de momento / Pegou na pena e escreveu para o sargento / E o sargento que não quer saber de nada / Pegou também na pena e escreveu para o brigada / Diz o brigada seja tudo como queres / Pegou na pena e escreveu ao seu alferes / O senhor alferes no mesmo repente / Pegou na pena e escreveu para o tenente / E o tenente, para honrar o seu galão / Pegou na pena e escreveu ao capitão / E o capitão no estado maior / Pegou na pena e escreveu para o major / E o major como estava no quartel / Pegou na pena e escreveu ao coronel / E o coronel como homem de valor / Pegou na pena e escreveu ao imperador / E o imperador lá do trono, no entanto / Pegou na pena e escreveu ao pai de santo / Pai de santo quis logo dar cabo / Pegou na pena e escreveu para o diabo / O diabo que é melhor que (...........) / Pegou na pena e escreveu para a sogra / A sogra quis logo dar cabo / Se embrulhou-se com o diabo / E o diabo não quis a função / Pegou em tudo e meteu num caldeirão / Mexeu bem mexido e comeu com pirão”.
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