103.Meu Deus, que país é este?-v3-cap.-09-m103
Autor: Téo Azevedo. Intérpretes: Galdino Atalaia e Roque José. Gravadora: MD Music. LP: Os grandes repentistas do Nordeste v. 2 – Galdino de Atalaia & Roque José.
Que país é esse que o nome é Brasil
A política está mandando para a ponte que caiu
Que país é esse que o nome é Brasil
A política está mandando para a ponte que caiu
O nosso Brasil é bom, a política é imoral
Está faltando gente honesta e justiça social
Meu Deus, que país é esse
Ainda tenho esperança
E o que está acontecendo?
A podridão só avança
Preconceito, é drogas, é o tráfico de criança
Meu Deus, que país é esse que o imposto é um estorvo
Nunca vi se cobrar tanto e sugar o nosso povo
Que vive mais apertado do que um pinto no ovo
Mas o que está acontecendo que a coisa serpenteia
O ladrão pé de chinelo está preso na cadeia
O ladrão de colarinho está solto metendo a peia
O sistema carcerário, do jeito que ele ficou
Só se vê fuga e morte, não deu certo, fracassou
O preso sai da cadeia bem pior do que entrou
O bandido anda solto, livre como um cidadão
Em segurança total em casa ou na condução
O povo apavorado vivendo em uma prisão
O crime controla tudo, o cartel, barbaridade
Fazendo guerra na rua, mostrando capacidade
Que tem mais poder de fogo que qualquer autoridade
O ladrão de colarinho, que é mestre vigarista
Zombando das nossas leis, dando uma de artista
E aparece na TV debochando na entrevista
A criança abandonada, sem o lar e sem escola
Seu destino é os cruzamentos ou então pedir esmola
Ou virar um assaltante, matador que cheira cola
Extermínio de menores que vivem num mundo cão
Fruto da sociedade sem rumo e sem direção
É morto do mesmo jeito, igual a um boi no mourão
Em matéria de saúde o Brasil é um demente
A assistência está falida, não protege a nossa gente
O enfermo piora, o nosso Brasil doente
Para marcar uma consulta, o negócio é muito sério
Fica na fila de espera, que parece um mistério
Se o cliente estiver ruim, a consulta é o cemitério
A nossa nação indígena, um triste perfil retrato
O homem, com sua ganância, o nosso índio maltrata
Leva doença a esse povo, depois ainda lhe mata
Nosso povo da floresta, castanheiro e seringueiro
Dia a dia se acabando na arma de um pistoleiro
As riquezas naturais nos domínios de estrangeiros
O povo sem o que comer e a verdade nua e crua
Está surgindo nova raça, gente que mora na rua
Um povo sub-humano, o seu mundo é o da lua
Tem gente que come lixo pela falta de feijão
Quando tem sobra de feira é a única salvação
Ou tomar sopa de água cozida com papelão
Tem cara de espertalhão, com cara de fariseu
Afana nosso país, pegando o que não é seu
Dizendo “ganhei no jogo, foi sorte que Deus me deu”
Virou um baião de dois, não escapa nem doutor
No rolo tem presidente, senador, vereador
Prefeito e deputado, tem até governador
É um tal de inventa lei, vai e volta, volta e vem
Gasto de avião, hotel e o povo no xerém
Não sei para que tantas leis se não cumpriram as que tem
É fila para qualquer coisa, até água para beber
Tem fila para comprar pão, tem fila para nascer
Tem fila nos hospitais e tem fila para morrer
Só a tal politicagem ganha bem nessa nação
O pobre trabalhador não ganha nem pra seu pão
No emprego da miséria, no salário da ilusão
O futuro do Brasil para sair da podridão
Tem que ser sem a política – estraga nossa nação
A raça do nosso povo com coragem e união
O Brasil tira o chapéu a essa gente, o lobo
Vamos limpar o país e tirar fora o estorvo
Que o futuro desta terra depende do nosso povo
Que país é esse que o nome é Brasil
A política está mandando para a ponte que caiu
O nosso Brasil é bom, a política é imoral
Está faltando gente honesta e justiça social
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