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Acervo/blog

Não põe corda no meu bloco, Nem vem com teu carro-chefe, Não dá ordem ao pessoal Não traz lema nem divisa Que a gente não precisa Que organizem nosso Carnaval Eu não sou candidato a nada Meu negócio é madrugada Mas meu coração não se conforma O meu peito é do contra E por isso mete bronca Nesse samba-plataforma

Por um bloco Que derrube este coreto Por passistas à vontade Que não dancem o minueto Por um bloco Sem bandeira ou fingimento Que balance e abagunce O desfile e o julgamento Por um bloco Que aumente o movimento Que sacuda e arrebente O cordão de isolamento




Treze anos eu te aturo

Eu não aguento mais

Não há Cristo que suporte

Eu não suporto mais

Treze anos me seguro

E agora não dá mais

Se treze é minha sorte

Vai, me deixa em paz

Você vem me infernizando

Como Satanás

Você vem me enclausurando

Como Alcatraz

Você vem me sufocando

Como o próprio gás

Ainda vive me gozando

Assim já é demais

Você vem me tapeando

Como um pente-fino

E vem me conversando

Como a um bom menino

E vem subjugando

O meu destino

E vem me instigando

A um desatino

Um dia eu perco a timidez

E falo sério

E faço as minhas leis

Com o meu critério

Eu vou para o xadrez

Ou cemitério

Mas findo de uma vez

Com seu império




Não vem com essa de

Março ou de abril

Que o nosso pacote é pro ano inteiro

E quando chega fevereiro

Ele não abre pra ninguém

E pula a corda, abre ala

Sem honra, sem mestre-sala

Sem ato, sem represália,

Sem direção

E arrasta toda a moçada

Levando qual enxurrada

As nossas mazelas na contramão

Pacotão

É o nosso bloco pro dia da redenção (2x)




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