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Acervo/blog

Aperta o nó, iaiá, da carestia,

Aperta tudo pra fazê inconomia (bis)

Muié da moda sai pior que a encomenda

Com dois metros de fazenda,

Faz vestido pra chuchu

Nesse andamento de fazê inconomia

Qualquer noite, qualquer dia,

A gente tem que andar nu

( Meu Deus do céu ...)

Aperta o nó...

O meu cumpade que foi feito na caverna

Ficou sem as duas perna

Num disastre da Centrá

E o danado está contente com esse fato

Pois não compra mais sapato

Não tem mais com que gastar

(que miserável ...)

Aperta o nó...

Andam dizendo por aí que meu cumpade

Está estudando pra ser padre

Pra cabeça aproveitar.

Mas quando ele seu primeiro exame feiz

Levou pau dezoito veis, ai,

Numa conta de somar

(que bicho burro ...)

Aperta o nó...

Há muito moço que bancando os figurão

Enche os ombros de algodão

E vão para rua se mostrar

Procuram um banho quando estão muito sebento

Tiram a roupa e os enchimento

Quedê corpo pra lavar

(que esqueleto!)

Aperta o nó...

Eu já parei é de fazer tanto exercício

Quase fui para o hospício

E meu peito não cresceu

A minha sogra que é gorducha esborrachada

Não faz força, não faz nada

Tem mais peito do que eu.

(meu Deus do céu!)

Aperta o nó...



- Ô cumpadre Alvarenga, onde você tem andado, rapaz?

- Estive na Europa.

- Não diga?

- Oia, escuta essa moda que eu trouxe da Europa.

Vancêis preste bem sentido num causo que eu vou contá

Eu já tive na Itália, conheci muitos lugá

E também já fui na França, na Argentina e Portugá

Lá na Itália o dinheiro inté parece mentira

A gente trabaia muito para ficar numa imbira

Pois recebe do trabaio em vez de dinheiro, lira

Quem morre de trabaiá é o povo de Lisboa

São uns mártires do trabaio, mas num trabaião à toa

Pois no fim são coroados com cascudos sem coroa

Lá na França corre o franco que é difícil de encontrar

Os francês estão precurando o franco por tudo lugá

Mais quem quer ganhar o franco vai na Espanha pra guerrear

Na Argentina, quem trabaia não sai do trabaio ileso

Além de sair cansado do trabaio, ele sai teso

Depois de tanto trabaio, ele vai carregar peso

No Brasil, dinheiro é nota e o franco é dos guerreiros

A coroa é pra quem morre, nacional ou estrangeiro

Quem tem peso é muito gordo, peso é não ter dinheiro

- Que tar, Bentinho?

- Ehhh!

- Especiar de boa.





Somos a voz do progresso

E do Brasil a esperança

Os nossos braços de ferro

Dão-lhe grandeza e pujança

Seja na terra fecunda

Seja no céu ou no mar

Sempre estaremos presentes

Tendo na Pátria o olhar.

Trabalhador incansável, febril

Esse fervor exalta o Brasil

Trabalhador, expressão verdadeira

Do lema altivo da nossa bandeira.


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