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Acervo/blog

Zé Qualquer tava sem samba,

Sem dinheiro Sem Maria sequer Sem qualquer paradeiro Quando encontrou um samba Inútil e derradeiro Numa inútil e derradeira Velha nota de um cruzeiro

Seu Marquês, Seu Almirante Do semblante

Meio contrariado Que fazes parado No meio dessa nota de um cruzeiro rasgado Seu Marquês, Seu Almirante Sei que antigamente

Era bem diferente Desculpe a liberdade E o samba sem maldade Deste Zé Qualquer Perdão, Marquês de Tamandaré Perdão, Marquês de Tamandaré

Pois é, Tamandaré, A maré não tá boa Vai virar a canoa E este mar não dá pé,

Tamandaré Cadê as batalhas Cadê as medalhas Cadê a nobreza Cadê a marquesa, cadê Não diga que o vento levou O teu amor até

Pois é, Tamandaré A maré não tá boa Vai virar a canoa E este mar não dá pé,

Tamandaré Meu marquês de papel Cadê teu troféu Cadê teu valor Meu caro almirante O tempo inconstante

Roubou

Zé Qualquer tornou-se amigo do marquês Solidário na dor Que eu contei a vocês Menos que queira ou mais que faça É o fim do samba, é o fim da raça Zé Qualquer tá caducando Desvalorizando Com o tempo que passa, passando Virando fumaça, virando Caindo em desgraça, caindo Sumindo, saindo da praça Passando, sumindo Saindo da praça Passando, sumindo.




Toda boca que eu conheço está calada Toda boca que eu conheço está selada Toda boca que eu conheço só me fala

Em laticínios e bombons de chocolate Em laticínios e bombons de chocolate

Toda boca que eu conheço é quase igual E o melhor não é melhor que o Melhoral E o Melhoral não é melhor que o mal

Afinal, eu não posso dizer Que esse grito contido em segredo é uma simples projeção do medo Cada canto que se cante nessa casa Cada berro tropicale-se na hora

É como Alice no curral das maravilhas É como Alice no curral das maravilhas

Toda boca que eu...




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