Eu assisti de camarote o teu fracasso
Palhaço, palhaço
Quem gargalha demais,
Sem pensar no que faz
Quase nunca termina em paz.
No livro de registros desta vida
Numa página perdida
O teu nome há de ficar
Registram-se os fracassos,
Esquecem-se os palhaços
E o mundo continua a gargalhar.
Quem não conhece esse baixinho, Tão gordinho, ele agora tá quietinho, Já morou lá no Catete quinze anos Hoje tá só “urubuservano” (1)
E, na assembleia, sentado, dá boa gargalhadas De ver a confusão e tanta palhaçada. Grita o Marcondes com a força da traqueia Esse Barreto Pinto avacalha com a assembleia.
Todo mundo diz que sofre, sofre, sofre neste mundo Mas o Luís Carlos Prestes sofre mais Quando quer fazer comício, negam a autorização E bem tristonho ele canta essa canção: (2)
“Eu vou, eu vou, eu vou Eu vou até Moscou Tão judiando de mim Vou me queixar ao Stalin” (3)
Será, será, será o Benedito Será esse o meu fim, oi será Cantando uma varsa assim: (4)
Oh, Minas Gerais! Oh, Minas Gerais Outra mamata não pego jamais Oh, Minas Gerais! (5)
O Brigadeiro agora canta assim: “Adeus, amigos, companheiros de campanha Oh Mangabeira, Osvaldo Aranha. O que eu mais sinto foi o que me fizeram Por ser sincero, veja só o que eu perdi Sou brigadeiro, nunca falei em marmiteiro Isso é invenção do Hugo Borghi Eu vou me embora tristonho e derrotado Mas eu deixo um grande abacaxi. (6)
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(1) Paródia de ‘Casa de caboclo”, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto; (2) paródia de “A mulher do leiteiro”, de Haroldo Lobo e Milton Oliveira; (3) paródia de “Até Moscou”, de Roberto Martins e Ari Lobo; (4) paródia de “Será?”, de Mário Lago; (5) paródia de “Minas Gerais”, que por sua vez é uma paródia da canção italiana “Vieni sul mare”; (6) paródia do tango “Adiós, muchachos”.
Deixa passar o trabalhador
Deixa o trabalhador passar (bis)
O senhor, o senhor, que não trabalha
Só atrapalha, só atrapalha
Oi, abre alas, que eu quero passar
Sou marmiteiro e não posso me atrasar
Sai da frente, sai da frente, Baltazar,
Que essa sopa vai se acabar,
Vai, vai, vai, vai.
