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Acervo/blog

Se aguenta aí, tu bem sabes que eu sou troço

Eu vou ver o que posso fazer na rua por ti

Uma estampilha, uma folha de papel

Um cartão pro coronel, tudo mais é maravilha

Não é nada disso, não é nada disso,

Eu sou de sorte, sou devoto do Gegê

Não é nada disso, não é nada disso

Meu santo é forte, não adianta o canjerê

Um pistolão pra Justiça,

Depois fura

Na Fazenda e Agricultura

E da Guerra, a Viação

Na Educação, a Marinha,

Oh, malandragem

O Trabalho dá passagem

Pra lavoura no sertão

Não é nada disso, não é nada disso,

Eu sou de sorte, sou devoto do Gegê

Não é nada disso, não é nada disso

Meu santo é forte, não adianta o canjerê.



Eu soube de uma noticia, eu não sei se é certo ou não

O estado de São Paulo recebeu provocação

Do pessoar lá do Norte que é metido a valentão

Ameaçaram nosso estado de segunda invasão

Porque a primeira já foi feita nos emprego e cavação.

Agora é com soldados, metralhadoras e canhão

Só pra mor de nós paulistas querer a Constituição

O estado de São Paulo eu faço comparação

Pasto que ficou sem dono e se encheu de criação

Que vieram de outros pastos sem capim nem ribeirão

E aqui vão se engordando no meio da farturão

Sujando o lugar que come, pagam o bem com a ingratidão

Não se lembra que São Paulo é o esteio da nação

São Paulo é um trem elétrico puxando vinte e um vagão

Paulista não tem medo da chuva nem do ronco do trovão

As veiz troveja, troveja, fica só em baruião

Nortista, cuide da sua casa, faça sua obrigação

Se arme de carabina e se arme de facão

Que se arme de coragem, que se atire no sertão

Para ajudar o sertanejo que também são nosso irmão

Acabe com os cangaceiros e vá prender o Lampião.



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