Se aguenta aí, tu bem sabes que eu sou troço
Eu vou ver o que posso fazer na rua por ti
Uma estampilha, uma folha de papel
Um cartão pro coronel, tudo mais é maravilha
Não é nada disso, não é nada disso,
Eu sou de sorte, sou devoto do Gegê
Não é nada disso, não é nada disso
Meu santo é forte, não adianta o canjerê
Um pistolão pra Justiça,
Depois fura
Na Fazenda e Agricultura
E da Guerra, a Viação
Na Educação, a Marinha,
Oh, malandragem
O Trabalho dá passagem
Pra lavoura no sertão
Não é nada disso, não é nada disso,
Eu sou de sorte, sou devoto do Gegê
Não é nada disso, não é nada disso
Meu santo é forte, não adianta o canjerê.
Tenha calma, Gegê
Tenha calma, Gegê (bis)
Vou ver se faço
Alguma coisa por você
Não se aborreça
Nem é preciso chorar
Guenta um pouco, meu amor,
Que as coisas vão melhorar
Tenha calma, Gegê ...
O seu pedido
Já foi, meu bem, despachado
Um decreto já saiu
É na enxada e no machado.
Eu soube de uma noticia, eu não sei se é certo ou não
O estado de São Paulo recebeu provocação
Do pessoar lá do Norte que é metido a valentão
Ameaçaram nosso estado de segunda invasão
Porque a primeira já foi feita nos emprego e cavação.
Agora é com soldados, metralhadoras e canhão
Só pra mor de nós paulistas querer a Constituição
O estado de São Paulo eu faço comparação
Pasto que ficou sem dono e se encheu de criação
Que vieram de outros pastos sem capim nem ribeirão
E aqui vão se engordando no meio da farturão
Sujando o lugar que come, pagam o bem com a ingratidão
Não se lembra que São Paulo é o esteio da nação
São Paulo é um trem elétrico puxando vinte e um vagão
Paulista não tem medo da chuva nem do ronco do trovão
As veiz troveja, troveja, fica só em baruião
Nortista, cuide da sua casa, faça sua obrigação
Se arme de carabina e se arme de facão
Que se arme de coragem, que se atire no sertão
Para ajudar o sertanejo que também são nosso irmão
Acabe com os cangaceiros e vá prender o Lampião.