100.Assassinato sem morte-v3-cap.-09-m100
Trocando ideias
Já perdemos altas horas de sono
Tentando encontrar
Uma saída pacífica
Pra uma das maiores injustiças
O abandono
Vai e me diz como se pode exigir
Algo desses peregrinos
Verdadeiros inquilinos
Das ruas que pagam
Um preço muito
Por esse aluguel
Se conheceram ali
Confusos esses marujos
Se descobrem em
Um barco furado
Cansados de sofrer
Sem saber o porquê
Se perguntam
Me diz, me diz
O que foi que eu fiz?
Porque estou aqui?
Eu sei sou prisioneiro
Mas que crime
Que eu cometi?
Querem me eliminar
Por todos os lados
Vejo estampada
A indiferença, a compaixão
Por que será?
Essas perguntas
Seguem sem respostas
Descobrem com o tempo
Que as mesmas punhaladas
Que hoje recebem
Também foram dadas
Sem piedade em seus pais
É demais
Carregando a cruz
Sempre pesada
E mesmo sem cometer falhas
São considerados suspeitos
Suspeitos que nada
Culpados da pobreza
Da indigência
São carmas com os quais
O sistema psicopata
Que queima, que aniquila
Que mata
Não sabe conviver
Não nos peça calma
Ironia você jogou todos
Nessa sua mente fraca
Diabólica
Só não contava com
A nossa revolta
Nossa volta por cima
Não nos peça perdão
Não vamos ter
Pegou pesado meu caro
Pegou pesado (4 x)
Se liga, o clima agora é tensão
Vamos engavetar o mandachuva, o pistolão
Traíras estão na mira
E nossa ira não é só pressão
Só que por sorte desses capachos
Será assassinato sem morte
Vamos apagá-los com nosso
Raciocínio
Quem diria
Tamanho atrevimento de
Uma raça que eles sempre
Consideraram de símios
Sub-raça
Subalternos eternos otários
Pode crer sempre foi
Um escracho a maneira
Pela qual nossos valores
Foram roubados, deturpados
Os livros raramente contam
Os verdadeiros fatos
A história é mapeada
E maldosamente criada para
Nos incriminar, denegrir
Nossa imagem
É assim que trabalha
O capitalismo selvagem
Direitos elementares, alimentares
Pasmem
Na cara dura negados
O pão de cada dia na sarjeta
Uma gorjeta dada
Com a pior das intenções
Não para matar a fome
Mas sim na dose exata
Para nos manter
Esfomeados
Dependentes dos barões
Dos poderosos chefões
Pelegos
Vamos devolver-lhes
O presente de grego
Se liga agora velho
Sai de baixo
Você não se tocou
Se ferrou
Seu campo tá todo minado
Francamente
Não somos fracos
Seu erro foi desprezar
O adversário
Somos francos atiradores
Perturbando suas últimas horas
O ataque maciço prossegue
Uma página na história se escreve
Sobre o mau político
Porque você não some daqui
Acho bom você abrir
Ninguém mais quer te ouvir
Vá, antes que alguém te apague
Evite seu próprio massacre
Você nunca foi a cura
Pelo contrário
Eterna doença
A causa de toda essa encrenca
Vá, nos deixe em paz
Falo em nome dos pobres, mendigos
Prostitutas do cais do porto
Onde prolifera o aborto
Não, meu Brasil não está morto
Se manda com a grana roubada
Eu falo de alma lavada
Você não é você
Você é simplesmente isso
É sujo, é podre, é lixo
E suas perguntas seguem sem resposta
É demais, é demais
Subalternos eternos otários
É demais, é demais
O pão de cada dia na sarjeta
Uma gorjeta com a pior das intenções
É demais, é demais
Se você ouviu, gostou, botou fé (4x)
Estamos juntos para o que der é vier
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