26.O bêbado e a equilibrista-v2-cap-08-m26
Caía A tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto Me lembrou Carlitos A lua, Tal qual a dona do bordel, Pedia a cada estrela fria Um brilho de aluguel E nuvens, Lá no mata-borrão do céu, Chupavam manchas torturadas Que sufoco! Louco! O bêbado com chapéu-coco Fazia irreverências mil Pra noite do Brasil, meu Brasil Que sonha com a volta do irmão do Henfil Com tanta gente que partiu Num rabo-de-foguete Chora a nossa pátria, mãe gentil, Choram Marias e Clarisses No solo do Brasil Mas sei que uma dor assim pungente Não há de ser inutilmente A esperança dança Na corda bamba de sombrinha Em cada passo dessa linha Pode se machucar Azar!
A esperança equilibrista Sabe que o show de todo artista Tem que continuar
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