33.O Caminhante-v2-anexo-07-m33
Eu ando caminhando pela aí
Procurando uma região sem dono
Local do qual me sinta proprietário
Usuário do que dele eu extrair
Tomaram palmo a palmo quase tudo
Absurdo, eu não consigo acreditar
Conquistarei um dia o meu lugar?
Preciso tanto recomeçar
Onde eu piso, dizem: isso não é seu!
Não é seu!
Tanta coisa boa eu deixo de fazer
De fazer
Quantos outros caminhantes como eu
Sonham tanto um paraíso pra viver?
Eu vi milhões de arames grossos e farpados
Já cansado, sobre a areia então chorei
Ali, gigantes blocos de concreto
Com seus tetos sobrepostos, levantei
O sol rachou meu violão de lado
Mas sou calado, não costumo me grilar
Até o Céu se encontra dividido
Seus antigos astros buscam seu lugar
E onde eu piso, dizem: isso não é seu!
Não é seu!
Tanta coisa boa eu deixo de fazer
De fazer
Grande parte de caminhantes já morreu
Sem o nosso pobre mundo compreender
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