top of page
Post

02.A voz do dever-v1-anexo-04-m02

Tranquiliza-te, mãezinha

Sei que vais ficar sozinha

Porém não chores assim

Soaram os clarins da guerra

Vou defender minha terra

Ela precisa de mim

Orgulhoso nesta farda

Teu filho não se acovarda

Deste tremendo clamor

Já que partir é preciso

Transforma num doce sorriso

Esse teu pranto de dor

Eu parto com a incerteza

Deixando-te esta tristeza

Que te vem roubar a calma

Sei que esta separação

Revolve o seu coração

Despedaçando-te a alma

Leio em teus olhos, mãezinha

Que o teu olhar adivinha

O que dizem os olhos meus

Esta mágoa não te solta

Mas aguarda a minha volta

Muita coragem, adeus

(Fala a mãezinha)

E pro campo da luta vai-se embora,

Em holocausto à Pátria que ele adora,

O filho que o dever cumpre estrito.

É lá que, entre o canhão e entre a metralha,

O sarcasmo da morte mais gargalha

No negro céu da boca do infinito.

E o exército humano, exausto, exangue,

Vai lavando com as glórias o teu sangue,

Do mundo, essa pantera que o destrói.

E o filho que partiu, se não voltar a quem o espera,

Em troca hão de lhe dar uma palavra de consolo: herói.

Leio em teus olhos, mãezinha

Que o teu olhar advinha

O que dizem os olhos meus

Esta mágoa não te solta

Mas aguarda a minha volta

Muita coragem, adeus.




bottom of page