28.Mutirão da vida-v2-anexo-08-m28
Tanta seca, tanta morte
Nos caminhos do sertão
Meus olhos já viram coisa
De cortar o coração
A cara feia da fome
E o povo virando anão
Gente ficando louca
Sem ter água pra beber
A fome comendo a fome
À falta do que comer
Eta, fim de mundo
Desgraceira, perdição
A imagem revelada
Pela televisão
É um coice no estômago
De toda essa Nação
Mas cada um faz o que pode
Pra acudir nessa aflição
Desejando melhor sorte
Ao nordestino, seu irmão
Mas o que a gente precisa
É terra, trabalho e pão
Revirando pelo avesso
O poder lá no sertão
Pra acabar com a penitência
De tamanha escravidão
E tem terra boa
Reclamando produção
Nas frentes de trabalho
Nas terras do fazendeiro
A gente encontra a morte
E ele muito dinheiro
Quero a vida feito a vida
Vencendo a morte cruel
Vida aqui na Terra
E não no Reino do Céu
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