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42.Canto Latino-v2-cap07-m42

Você que é tão avoada Pousou em meu coração Moça, escuta esta toada Cantada em sua intenção

Nasci com a minha morte Dela não vou abrir mão Não quero o azar da sorte Nem da morte ser irmão

Da sombra eu tiro o meu sol E do fio da canção Amarro esta certeza De saber que cada passo Não é fuga nem defesa Não é ferrugem no aço

É uma outra beleza Feita de talho e de corte E a dor que agora traz Aponta de ponta o norte Crava no chão a paz Sem a qual é fraco o forte E a calmaria é engano

Pra viver nesse chão duro Tem de dar fora o fulano Apodrecer o maduro Pois esse canto latino Canto para americano Que se morre e vai menino Montado na fome ufano

Teus poucos anos de vida Valem mais do que cem anos Quando a morte é vivida E o corpo vira semente De outra vida aguerrida Que morre mais lá na frente Na cor de ferro ou de escuro Ou de verde ou de maduro

A primavera que espero Por ti, irmão e hermano, Só brota em ponta de cano Em brilho de punhal duro Brota em guerra e maravilha Na hora, dia e futuro

Da espera, virá...




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