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48.Galope caboclo-v3-anexo-09-m48

Nasci no Nordeste onde o sertão rude

Sofre as consequências do triste abandono

Frutos da política de um país sem dono

Que rouba do povo a paz, a virtude

A seca da inércia seca no açude

O pó da vergonha fica no porão

O fogo maldito da negra omissão

Lança suas chamas do jugo nefando

Matando esperança, gerando desmando

Castrando o progresso do nosso sertão

Sertão que as lavouras estão se acabando

Lavrador sem terra não pode plantar

O povo é ingênuo, não sabe cobrar

Dos representantes que estão no comando

As cidades grandes cada vez inchando

As casas vazias nos campos estão

E dos latifúndios cresce a proporção

Tirando os colonos das propriedades

E são empurradas para as grandes cidades

Famílias inteiras do nosso sertão

Onde é que estão as autoridades

Governamentais do nosso país

Eclesiástica, militar e civis?

Por que não enxergam as dificuldades

Que assolam nos campos, vilas e cidades

As camadas pobres da nossa nação?

Sofrem sem saúde, sem educação

Não têm assistência, não têm moradias

Lotam viadutos e periferias

Famílias que a fome expulsou do sertão

Sertão que o asfalto corta as serranias

Terras produtivas que foram roçadas

Estão transformadas em grandes cercados

Dos bois, da luxúria e das mil fantasias

Restam por lembrança as casas vazias

Daqueles que foram donos deste chão

Um dia se viram na obrigação

De passarem as terras que foram nascidos

Para as mãos dominantes dos desconhecidos

Que hoje imperam as leis do sertão

Assim Deus ouvisse os nossos gemidos

Mandasse de volta ao sertão nordestino

Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino

Conselheiro e seus jagunços temidos

Zumbi e Corisco eram recebidos

Como salvadores do nosso povão

Lucas da Feira e o Rei Lampião

Formavam a frente extraordinária

Para combaterem dentro desta área

Essas injustiças que assolam o sertão

Zumbi era o chefe da reforma agrária

Conselheiro era o mediador

Antônio Silvino pacificador

Corisco era o líder da classe operária

Combatendo a classe latifundiária

O Lucas da Feira seria o chefão

Jesuíno Brilhante, o Rei Lampião

Queimavam as criptas, matavam os vampiros

Os semeadores de secas e vírus

Seriam extintos do nosso sertão



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