90.Lokomotiva da figa-v3-cap-10-m90
Autor: Clã Nordestino. Intérprete: Idem. Gravadora: Face da Morte Produções. CD: A peste negra do Nordeste (2003).
Che Guevara? Presente!
Emiliano Zapata? Presente!
Rosa Luxemburgo? Presente!
Rei Zumbi de Palmares? Presente!
Malcom X? Presente!
Steve Biko? Presente!
Rosa e José Luís Sunderman? Presente!
Façamos a chamada dos guerreiros camaradas
Dos que sobreviveram ou tombaram na jornada
De todos aqueles que se ergueram em armas
De todos aqueles que mantiveram a calma
De todos aqueles que foram torturados
A todos o respeito de todas as quebradas
A peste negra se alimenta das mentes revolucionárias
Das almas de Eldorado, de inocentes, Candelária
111 já se foram e a eles minhas flores
Sentimentos de pesares que mastigam minhas dores
Ainda resistimos, nos mantivemos de pé
Nem por um segundo reduziram nossa fé
Em cada mãe que vê seu filho no crime
Em cada aliado que reforça o nosso time
No poder invencível da força da mulher
No pelotão dos zapatistas que não dá marcha ré
Na menina palestina que combate os tanques
Ou no PM preto que fez sangue no seu sangue
Os ianques vão sorrir até a derradeira hora
Também quero voar e morrer na glória
A Peste Negra do Nordeste continua sua marcha
Os inimigos que caíram são mais que nossas baixas
Você que é portador desse vírus libertário
Pode rimar agora, se prepare pro embarque
Somos lokomunistas na lokomotiva da figa, ê
Clã Nordestino
Somos lokomunistas na lokomotiva da figa, ê
Clã Nordestino
Somos lokomunistas na lokomotiva da figa, ê
Clã Nordestino
Eu sei que eu sou mais eu, se você for mais você
Só depende de nós a tomada do poder
Nas mansões eu quero ouvir os gritos de pânico
Expropriando, retomando a riqueza dos bancos
Chama os punks pra falar sobre o mundo diferente
Onde cada um de nós seja tratado como gente
Resgatar a humanidade das garras da covardia
Um só planeta, uma só família
Vamos versar a controvérsia de um outro mundo possível
Que prevaleça a amizade e o sorriso, e não o míssil
Vamos lembrar de Chico Mendes, que é um pouco de Zapata
Vamos reverenciar os dreads dos rastas
Já basta, já basta, contra as formas de opressão
A fita é cantada na minha canção
Fazer a minha parte, arte pela arte
Nunca não, nunca não
Engajado desde o berço, não esqueço de onde vim
Minha rima não tem preço
Tem começo, meio e fim
No tropeço do inimigo eu escondo o meu sorriso
Revolucionário roteiro dos meus versos de improviso
Minha família, meus amigos, pro burguês, eu sei, sou lixo
Mas são minhas amizades que enriquecem o meu espírito
Meu rito, minha estrada, meu grito, minha morada
Tomei banho nos rios, a Amazônia é a minha casa
Sagrada peste sobrevoa no labirinto
Dos meus versos contra a ALCA
Os States e os ladrões de terno
Eterno é o batuque no terreiro da minha vida
E depois que eu tombar pode chamar a minha filha
A Peste Negra do Nordeste continua sua marcha ...
Sou um mais um, sou um da peste
Conhecedor rimador de norte a sul, de leste a oeste
Da minha boca saem rimas afiadas como espadas
Tal qual pranto e lamento da criança esfomeada
Se vem o sol, há seca
Se vem a fome, aceita
Se vem a chuva, há lama
Se vem a rima, inflama
Quer me ver, vem me ver na TV, fica ligado
A palavra de ordem que baila nos meus lábios
A tropa de choque pronta pro confronto
A burguesia, vadia, perdida, em escombros
Aos mesmos de sempre hoje somamos
Pretos e brancos, mulheres, homens, humanos
Hermanas, hermanos, de tão pretos vermelhos
A foice e o martelo reflexo no espelho
Caros amigos, o abrigo da dignidade
A resistência por escrito na reportagem
Ocupar, resistir, produzir a verdade
Recuem, ------------, black block
Coragem, IV Internacional
Na América Latina é a ultima trombeta
Pro animal capitalista
E nessas horas eu não oro, eu juro
Que o revide dessa treta ainda gera um outro lucro
Nos quartéis a minha ficha vai de mão em mão
Minha foto, o meu nome, a minha missão
Preto Ghoez, soldado raso da revolução
A peste é o espectro que ronda a mansão
Só o fim da mais valia alivia a tensão
Versando a amizade, poesia e resistência
A peste é mutação, desafia a ciência
Sou estudante em Pequim confrontando o tanque
Sou a criança vomitando com nojo do ianque
A Peste Negra do Nordeste continua sua marcha ...
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