92.Antigamente quilombos, hoje periferia-v3-cap-10-m92
Autor: Z’África Brasil. Intérprete: Idem. Gravadora: RSF Records. CD: “Antigamente quilombos, hoje periferia”.
Aqui sentindo flores prometeram um mundo novo
Favela, viela, morro tem de tudo um pouco
Tentam alterar o DNA da maioria, Rei Zumbi
Antigamente quilombos, hoje periferia
Levante as caravelas
Aqui não daremos trégua não, não
Então que venha a guerra
Zulu, Z'África, Zumbi
Aqui não daremos tréguas não, não
Então que venha a guerra
Sempre a mil, aqui Z'África Brasil
Pra quem fingiu que não viu a cultura resistiu
Num faroeste de caboclos revolucionários
É o Z, Zumbi que Zumbizine Zumbado do Zumbizado
A lei da rua quem faz é você no proceder
Querer é poder, atitude é viver
Hoje centuplicarei o meu valor
Eliminando a dor que afeta o meu interior
Querem nos destruir, mas não vão conseguir
Se aumentam a dosagem mais iremos resistir
Evoluir, não se iludir com o inimigo
Que transforma cidadão em bandido, perito em latrocínio
Os hereditários sempre tiveram seus planos
Ao lado de uma pá de dólar furado e falso e se encantam
É cadeira de balanço ou é cadeira elétrica
Gatilhos, tiros na favela e o sangue escorre na viela
Um dia sonhei que um campinho da quebrada era uma fábrica da Taurus
Ainda bem que era um sonho e aí fiquei um pouco aliviado
Mas algo em meu pensamento dizia pra mim
Porra, se na periferia ninguém fabrica arma
Quem abastece isso aqui?
O sistema não está do lado da maioria
Já estive por aqui sei lá quantas vidas e continua a covardia
Esquenta não, somos madeira que cupim não rói
A gente supera todas as drogas e as armas que estão aqui
Devolveremos em guerra
Aqui sentindo flores prometeram um mundo novo ...
Mundo abominado, desorientado, não seja um mini-game manipulado
Ignore a ação do sistema, mas por outro lado
Faça sua taboca, levante sua paliçada
Prepare-se, não acredite em contos de fadas
A fumaça é o veneno que destrói as flores
A visão do mundo em diversos fatores, subjugado a valores
Consomem a essência, em troca a sobrevivência
Assim espalham a doença, a fé, a crença
E o povo lamenta tantos destroços, tanta perda
Fio de 500 volts em muitas consciências, vejam
Úlcera de ozônio, pânico da atmosfera
As coisas não estão nada bela, SOS Planeta Terra
Acredite, há milhões de anos o poder impera
O oprimido resiste e o opressor insiste na guerra
Refúgio, ver nuvem negra brilhar, sistema o alvo certeiro
O mal aplicado diante de princípios morais
Lamentos, levantamentos, históricos monumentos
Carne e osso, meu corpo não é blindado, só peito
Biografia, Plano Real, agora nos encontramos mal
Excelentíssimo senhor presidente do território nacional
Do sistema escudo, guerrilheiros do mundo, duque 13 blefou
Zumbi, o redentor, agora o jogo virou
Quilombos guerreou, periferia acordou
Cansamos de promessas, volta pro mato, capitão
Pois já estamos em guerra
Aqui sentindo flores prometeram um mundo novo ...
Medito a ação, hino da redenção
Os deuses encorajaram as almas
Os fortes já não se prendem à ilusão, hé
Na sombra do otário é que se esconde o mané, né
Na hora que o bicho pega que a gente vê qual é que é
Evite atrazalado, tem pangaré que não vale um prato
Aqui é lobo do mato, tem xerife assustado com o cavaleiro solitário
Abre-te sésamo, mim não gosta de cara pálida
Acham que sabem tudo, mas na verdade não sabem nada
Controlam as doenças, controlam dinheiro
Controlam os cartéis, controlam os puteiros
Modificam o ar, criam cérebros atômicos
É o pai de família no bar, enquanto o filho está matando
Sugam da terra, injetam no próprio homem
Alteram a natureza, óleo no mar, fogo no monge
Jardins do éden, as flores tem cheiro de morte
Olhe o seu próprio coquetel molotov
Aqui sentindo flores prometeram um mundo novo ...
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