Autor: Sebastião Marinho. Intérpretes: Andorinha e Sebastião Marinho. Gravadora: Kid Gravações. independente. CD: 1o Congresso de Repentistas do CTN – 1994.
Como poeta e serrano
Somos para os camponeses
Quem Byron foi para os ingleses
Cícero e Sêneca para os romanos
Camões para os lusitanos
Homero pra a antiguidade
Para Atenas a cidade
Péricles e Platão orando
Somos gênios despertando
O resto da humanidade
Somos nos nossos perfis
Zoroastro, Lao Tsé,
Buda, Cristo, Maomé
Confúcio e Ramatis
De São Francisco de Assis
Herdamos a humildade
E a continuidade
Desse time venerando
Somos gênios despertando
O resto da humanidade
Nosso canto inspirador
Já atinge por completo
Desde o leigo analfabeto
Ao sábio professor
Político, artista e pastor
Freira, rabino e abade
Papa, cardeal e frade
E general de comando
Somos gênios despertando
O resto da humanidade
No Brasil estamos vendo
Políticos acomodados
Todos desacreditados
E o povão se maldizendo
Porque nada estão fazendo
Em prol da comunidade
E nesta calamidade
O país se afundando
Somos gênios despertando
O resto da humanidade
Nós somos remanescentes
Da Revolução Praieira
Da Inconfidência Mineira
Fomos fortes componentes
Assistimos Tiradentes
Morrer pela liberdade
Os carrascos da maldade
Continuam massacrando
Somos gênios despertando
O resto da humanidade
Da professora rural
Vemos a vida tacanha
O salário que ela ganha
Não dá para comprar sal
A criança é a principal
Vítima dessa crueldade
Do descaso e má vontade
De quem está governando
Somos gênios despertando
O resto da humanidade
Vemos no meio opulento
Fortunas incalculáveis
E milhões de miseráveis
Expostos ao sofrimento
Quase oitenta por cento
Da nossa sociedade
Padece dificuldade
E vinte por cento é explorando
Somos gênios despertando
O resto da humanidade
Ainda somos a voz
Que vibrou na Sabinada
Guararapes, Balaiada
Canudos e Tapajós
Com Zumbi e seus heróis
Lutamos por igualdade
Por terra e propriedade
Pra quem quer viver plantando
Somos gênios despertando
O resto da humanidade
Autor: Juca Chaves. Intérprete: Idem. Gravadora: Arca Som. LP: O Menestrel do Brasil - Enfim (quase) livre (1985).
Batista Figueiredo, Presidente
O que nos devolveu a eleição
Democraticamente diferente
Vou cantar tão jucamente
A Semana do João
Segunda dá um beijinho na criança
E no estudante grosso um bofetão
Na terça, se me não falha a lembrança
Vem Bocuse lá da França
Lhe trazer a refeição
Montado em seu cavalo
Seja baio ou alazão
Começa assim a semana do João
(Fala)
Em seu governo descobriu-se quem colocou a tal escuta no Palácio do Planalto. Foi a TV Globo, que quis gravar clandestinamente Os Trapalhões.
Na quarta vê Delfim e vê Macedo
Na quinta destitui o seu Beltrão
Na sexta aumenta o dólar em segredo
E no sábado bem cedo
Faz o cooper no Leblon
Domingo já com o script ensaiado
Grava o especial pela TV
Porém, o que não foi televisado
É que o povo desse lado
É quem paga o seu cachê
Tudo isso Silvio Santos
Não mostrou, não mostrou não
Mas essa sim foi a Semana do João
Depois que ele implantou
Duas pontes no seu coração
O Andreazza chateou-se com o João
É que nas pontes não levou a comissão
Autor: Zezé di Camargo. Intérpretes: Zezé di Camargo e Luciano. Gravadora: Sony Music. LP/CD: Zezé di Camargo & Luciano.
Ele não tem culpa, ele não deve nada
Ele é uma planta, tão frágil, mal cuidada
Sua cabeça está à prêmio
Anjo do mal, anjo pequeno
Bandido com razão
Ele não tem culpa, ele só quer a vida
Ele é a vergonha da pátria esquecida
Tem que roubar, tem que ser homem
Sobreviver, matar a fome
Salvar seu coração
Menino de rua, eu te conheço
Dignidade não tem preço
Menino de rua quer ser gente
Menino pobre, tão carente
Pede uma chance pra viver
Menino de rua, eu te conheço
Dignidade não tem preço
Menino, manchete de jornal
Neste país de carnaval
Não tem comida pra você
Menino de rua, eu te conheço
Dignidade não tem preço
Menino de rua quer ser gente
Menino pobre, tão carente
Pede uma chance pra viver
Menino de rua, eu te conheço
Dignidade não tem preço
Menino manchete de jornal
Neste país de carnaval
Falta comida pra você