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Acervo/blog

Da grande Revolução eu também quero falar

O nosso grande Brasil agora vai endireitar

É o Getúlio Vargas que agora vai governar

O Getúlio foi eleito pelo Partido Liberá

Todo bezerro véio tem mesmo que desmamá

Com o novo governo esperamos ser feliz

Não é mais o Julinho e nem o seu Washington Luís

Que já se julgava dono do nosso rico país

Fazendo e desfazendo o que dava no nariz

O PRP foi tombado, não ficou nem a raiz.

24 de outubro foi um dia glorioso

Nós tem que agradecer pro exército revoltoso

E pros grandes generár como é Tasso Fragoso

O exército é valente, o exército é corajoso

Que rino (rindo) tomou o Catete e prenderam o orgulhoso

Isidoro Dias Lopes prometeu, ai, de voltar

Falou pro povo paulista que podia esperar

Que ele voltava mesmo, e que custe o que custar

Agora tá em São Paulo lá no quartel generá

Já cumpriu sua palavra, pode agora descansar

O turrão do Washington Luís foi custoso de arriar

Pra deixar o governo que alguns não quer afinar

Mais cedo ou mais tarde, ele tinha que pagar

Os gasto da eleição, ele tem que ajudá

Se não tiver dinheiro, coitado, vai passar má

E o Julinho Prestes que ele há de confessar

Pela razão ou pela força ele queria governar

Agora tem uma continha aqui para ele me pagar

É dinheiro que gastou quando ele foi passear

É dinheiro do povo que custou muito ganhar.


A justiça só é cega

Quando não quer ver

Quando a lei se nega

A se fazer valer

Para uns, implacável

Para outros, maleável

Ou até negociável

Ter leis em questão

É o mesmo que não

Leis sem efeito que abrem exceção

Abrem precedentes à dúbia aplicação

Nunca propiciarão

Um estado de direito

Assim nunca se terá verdadeira nação

A impunidade

É um grave problema

É a face mais falha da sociedade

É o lado mais sujo do sistema

Como é que se sente

Um simples cidadão

Brasileiro descontente

Com a situação

Eu amo o meu país

E amo a minha gente

Mas me sinto infeliz

Eu acho deprimente

Esse estado de impunidade

E improbidade, uma vergonha nacional

Estado de injustiça, imundície e calamidade social

Eu digo não, como cidadão

Eu peço justiça, peço punição

Punição exemplar, justiça enfim

Eu digo: Não, não, não

Justiça sim, impunidade não (2x)

Punição exemplar a todos os culpados

Sem nenhuma exceção

Aos poderosos, abastados

Ou até mesmo ao mais nobre barão

Famigerados doutores, ricos ou bacanas

Sendo culpados, estejam todos em cana

Parlamentares pilantras, políticos interesseiros

Deputados descarados, banqueiros trapaceiros

Vereadores, prefeitos, governadores e empreiteiros

Corruptos, corruptores e seus fiéis escudeiros

Magistrados safados, empresários salafrários

Traidores da pátria, fazendo o povo de otário

Punição exemplar aos bandidos escondidos na imunidade parlamentar

Fazendo falcatruas, às escuras fazendo fortuna

Com o seu voto que colhem na urna

E saem às ruas como se nada houvesse

Ninguém lhes importuna

Mesmo quando enriquecem

Às custas de favores escusos do clientelismo

Do uso e abuso do fisiologismo

E das benesses do cobiçado poder

Eu digo não, não pode ser

Quanto descaso, quanta omissão

Quem pode se safa

O pobre é quem paga

Eu peço punição, punição exemplar

Eu digo: Não, não, não ...

A legião dos excluídos vai muito mal

Banidos que estão do convívio social

Debaixo de barracos, pontes e sinais

Não desejam mais que uma vida meramente normal

Na televisão, em todos os canais

Aparentemente tudo tudo vai bem demais

Logo vem outro carnaval

E fica tudo bem tudo bem no país do futebol

Se rouba, se extorque, se frauda, se mata

Se burla, corrompe, sonega e se escapa

Sem punição, nessa terra sem lei

Quem tem muita grana nunca vai em cana

Bandido rico é rei, até quando eu não sei

Eu quero ver quando é que vai se fazer

Uma verdadeira nação

Com direitos e deveres iguais para todo e qualquer cidadão

Eu quero ver punição enfim

Eu digo: não, não, não ...



Os presos fogem do presidio

Imagens na televisão

Mais uma briga de torcidas

Acaba tudo em confusão

A multidão enfurecida

Queimou os carros da polícia

Os preços fogem do controle

Mas que loucura esta nação

Não é tentar o suicídio

Querer andar na contramão?

Quem quer manter a ordem?

Quem quer criar desordem?

Não sei se existe mais justiça

Nem quando é pelas próprias mãos

População enlouquecida

Começa então o linchamento

Não sei se tudo vai arder

Como algum líquido inflamável

O que mais pode acontecer

Num país pobre e miserável?

E ainda pode se encontrar

Quem acredite no futuro?

Quem quer manter a ordem?

Quem quer criar desordem?

É seu dever manter a ordem

É seu dever de cidadão

Mas o que é criar desordem?

Quem é que diz o que é ou não?

São sempre os mesmos governantes

Os mesmos que lucraram antes

Os sindicatos fazem greve

Porque ninguém é consultado

Pois tudo tem que virar óleo

Pra por na máquina do estado

Quem quer manter a ordem?

Quem quer criar desordem?



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