Autores: Chico Buarque e João Cabral de Melo Neto. Intérprete: Chico Buarque. Gravadora: RGE. Compacto simples (1967).
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
Estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
É nossa, tem dono, e ninguém põe a mão
É nossa toda essa imensa nação
Foi Deus quem nos deu e abençoou
Essa aquarela que a natureza pintou
É grande, é rica e é bonita
Pertence a 50 milhões
E ainda tem como irmãs
Mais 20 grandes nações
Tem seu destino traçado
E tem seu acordo em comum
Um por todos
E todos por um.
Ô seu Toninho,
Da terra do leite grosso,
Bota cerca no caminho
Que o paulista é um colosso.
Puxa a garrucha, Finca o pé firme na estrada Se começa o puxa-puxa Faz do seu leite coalhada.
Seu Julinho vem, seu Julinho vem, Se o mineiro lá de cima descuidar. Seu Julinho vem, seu Julinho vem, Vem mas custa, muita gente há de chorar.
Ô seu Julinho, Sua terra é do café. Fique lá sossegadinho, Creia em Deus e tenha fé. Pois o mineiro
Não conhece a malandragem Cá no Rio de Janeiro. Ele não leva vantagem.
Seu Julinho vem, seu Julinho vem, Se o mineiro lá de cima descuidar. Seu Julinho vem, seu Julinho vem, Vem mas custa, muita gente há de chorar.
