Autores: Aldo Cabral e Benedito Lacerda. Intérpretes: Orlando Silva e Ismênia dos Santos. Gravadora: Victor.
Tranquiliza-te, mãezinha
Sei que vais ficar sozinha
Porém não chores assim
Soaram os clarins da guerra
Vou defender minha terra
Ela precisa de mim
Orgulhoso nesta farda
Teu filho não se acovarda
Deste tremendo clamor
Já que partir é preciso
Transforma num doce sorriso
Esse teu pranto de dor
Eu parto com a incerteza
Deixando-te esta tristeza
Que te vem roubar a calma
Sei que esta separação
Revolve o seu coração
Despedaçando-te a alma
Leio em teus olhos, mãezinha
Que o teu olhar adivinha
O que dizem os olhos meus
Esta mágoa não te solta
Mas aguarda a minha volta
Muita coragem, adeus
(Fala a mãezinha)
E pro campo da luta vai-se embora,
Em holocausto à Pátria que ele adora,
O filho que o dever cumpre estrito.
É lá que, entre o canhão e entre a metralha,
O sarcasmo da morte mais gargalha
No negro céu da boca do infinito.
E o exército humano, exausto, exangue,
Vai lavando com as glórias o teu sangue,
Do mundo, essa pantera que o destrói.
E o filho que partiu, se não voltar a quem o espera,
Em troca hão de lhe dar uma palavra de consolo: herói.
Leio em teus olhos, mãezinha
Que o teu olhar advinha
O que dizem os olhos meus
Esta mágoa não te solta
Mas aguarda a minha volta
Muita coragem, adeus.
Autores: Philippe Seabra, André X e Gutje. Intérprete: Plebe Rude. Gravadora: Coronado/EMI-Odeon. LP: O concreto já rachou.
Não é nossa culpa Nascemos já com uma bênção Mas isso não é desculpa Pela má distribuição
Com tanta riqueza por aí
Onde é que está? Cadê sua fração? (bis)
Até quando esperar?
E cadê a esmola Que nós damos sem perceber
Que aquele abençoado Poderia ter sido você
Com tanta riqueza por aí...
Até quando esperar a plebe ajoelhar Esperando a ajuda de Deus (bis)
Posso Vigiar teu carro Te pedir trocados Engraxar seus sapatos (bis)
Sei Não é nossa culpa Nascemos já com uma bênção Mas isso não é desculpa Pela má distribuição
Com tanta riqueza por aí ... Até quando esperar a plebe ajoelhar Até quando esperar a plebe ajoelhar Esperando a ajuda do divino Deus
Eu soube de uma noticia, eu não sei se é certo ou não
O estado de São Paulo recebeu provocação
Do pessoar lá do Norte que é metido a valentão
Ameaçaram nosso estado de segunda invasão
Porque a primeira já foi feita nos emprego e cavação.
Agora é com soldados, metralhadoras e canhão
Só pra mor de nós paulistas querer a Constituição
O estado de São Paulo eu faço comparação
Pasto que ficou sem dono e se encheu de criação
Que vieram de outros pastos sem capim nem ribeirão
E aqui vão se engordando no meio da farturão
Sujando o lugar que come, pagam o bem com a ingratidão
Não se lembra que São Paulo é o esteio da nação
São Paulo é um trem elétrico puxando vinte e um vagão
Paulista não tem medo da chuva nem do ronco do trovão
As veiz troveja, troveja, fica só em baruião
Nortista, cuide da sua casa, faça sua obrigação
Se arme de carabina e se arme de facão
Que se arme de coragem, que se atire no sertão
Para ajudar o sertanejo que também são nosso irmão
Acabe com os cangaceiros e vá prender o Lampião.