Existe um palacete no Catete Que consta que foi desocupado. O vizinho do lado estava informado Que seu vizinho já pensava em se mudar. Esse inquilino, apesar dos desenganos Morou nesse palacete, quinze anos
Catete, zona preferida, Todo mundo quer, Porque lá é de colher: Bonde na porta, condução lá é mato, Mas a senhoria quer seis anos de contrato.
Às três da manhã, ele guardou o apito
E foi se deitar.
Não bebeu, não sambou.
Não bebeu, mas brigou
Pra se desabafar
Do carnaval da vitória
Ele esperava uma coisa que o povo não fez
Ele apitou e animou, fez tanta miséria
Mas ninguém se guiou
Hoje existe um sambista magoado
Um apito guardado
E um coração ferido
Foi pracinha e voltou com glória
Queria tomar parte no carnaval da vitória
(Que rei sou eu? Que rei sou eu?).
Tire a camisa, Mané
Tire a camisa, seu Zé
O homem feliz não usava camisa
Tire a máscara da face, pierrô
Que o tempo do fascismo já passou
Um novo sol no horizonte já brilhou (salve!)
Salve a paz, (salve!)
Salve o amor (salve!)
Dê a mão a seu irmão
E não brigue nunca mais
Perante Deus, todos nós somos iguais.
