Treze anos eu te aturo
Eu não aguento mais
Não há Cristo que suporte
Eu não suporto mais
Treze anos me seguro
E agora não dá mais
Se treze é minha sorte
Vai, me deixa em paz
Você vem me infernizando
Como Satanás
Você vem me enclausurando
Como Alcatraz
Você vem me sufocando
Como o próprio gás
Ainda vive me gozando
Assim já é demais
Você vem me tapeando
Como um pente-fino
E vem me conversando
Como a um bom menino
E vem subjugando
O meu destino
E vem me instigando
A um desatino
Um dia eu perco a timidez
E falo sério
E faço as minhas leis
Com o meu critério
Eu vou para o xadrez
Ou cemitério
Mas findo de uma vez
Com seu império
Autor: Juca Chaves. Intérprete: Idem. Gravadora: Arca Som. LP: O Menestrel do Brasil – Enfim (quase livre).
Votar gritou o povo E a votação foi feita Roberta Close eleita
Preferência sexual
Política é um andrógino É travestida esperta Mostrou como Roberta
Sua frente liberal
Nova república, não ponha atrás da gente
Aquilo que a Roberta tem na frente
Setúbal dá dinheiro E o apoio vem global Tancredo desabafa
Nisto eu sou profissional Há mais de meio século No muro equilibrado Ou morre ou sai tombado
Patrimônio nacional
Canta Fafá, o dó de peito sai E o Milton Nascimento diz uai
Mordomia é uma mania
Com jeitinho brasileiro Desde Dom Pedro I
Até os tempos atuais
Mas o nosso presidente
Que é imortal na academia
Agora com mordomia
Que não morre nunca mais
Muda Sarney, é tempo de mudar Trocar o tucupi por caviar
Autores: música de Hekel Tavares (“Sussuaruna”), paródia de E. Frazão e Nássara. Intérprete: Luís Antônio (Nássara). Gravadora: Parlophon.
Faz três semana Tô cumendo só banana Porque não arranjo a grana Nem ao menos prá almoçá O que eu tô vendo É que se não me defendo Vô acabá me comendo Prá pudê me alimentá Isso é despacho Nunca tive tão por baixo Que se eu não me agacho Vô morrê de inanição Eu me escangalho De pular de galho em galho Seu ministro do trabalho Não me dá colocação
Meu esqueleto Tá pió do que um graveto Eu já tô virando espeto Meus óio tão lá no fundo Num bruto treino De tomá café pequeno Quero vê se me enveneno Prá ir comê lá noutro mundo
Inda outro dia Fui até a galeria Só para vê se mordia O primeiro a aparecê Chegô a hora Eu quiz dizê, é agora Mas Vige Nossa Senhora Cadê jeito prá mordê
Tô cum vontade De deixá essa cidade Onde há tanta maldade Onde há tanto mordedô Mas ando teso E tamanho é o meu peso Que sô capaz de sê preso
Nomeado interventô.
