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Acervo/blog

Quando Cabral aqui chegou E semeou sua semente Naturalmente começou A lapidação do ambiente

Roubaram o ouro Roubaram o pau Pra ficar legal Ainda tiraram o couro Do povo desta terra original

E só deixaram A má semente Presente de Grego Que logo se proliferou E originou a nossa gente

É ladrão que não acaba mais Tem ladrão que não acaba mais Você vê ladrão Quando olha pra frente Você vê ladrão Quando olha pra trás

A terra é boa mas o povo Continua escravizado Os direitos são os mesmos Desde os séculos passados O marajá ele só anda engravatado Não trabalha, não faz nada Mas tá sempre endinheirado

E se entrar no supermercado Você é roubado! E se andar despreocupado Você é roubado! E se pegar o bonde errado Você é roubado! E também se votar pra deputado Você é roubado!

Tem sempre 171 armando fria Tem ladrão lá no congresso Na quitanda e padaria Ladrão que rouba de noite Ladrão que rouba de dia Dentro da delegacia Ninguém entendia A maior confusão O doutor delegado Grampeou todo mundo Porque o ladrão Roubou outro ladrão

É ladrão que não acaba mais Tem ladrão que não acaba mais Você vê ladrão Quando olha pra frente Você vê ladrão Quando olha pra trás




Pode ser as claras

Ninguém vai notar

Mesmo que algo vaze, vai evaporar

Sua Excelência autoriza aquela venda

E terá parte na sociedade,

Sua campanha estará garantida e nos registros

Como de praxe nada vai constar

No Congresso eu passo

Tá quase na mão

A imprensa eu calo

Desvio a atenção

Quem vai ter coragem de por em

Xeque meu prestígio e notoriedade,

Por mais que me achem um boçal,

Quem vai enfrentar um imortal?*

*tradição brasileira, paixão nacional




No país da fantasia Impera a alegria E amanhã é um novo dia No país da fantasia Impera a utopia E amanhã é um outro dia Feriado nacional Se estou bem, se estou mal Com meu time na final Do campeonato estadual Já tá legal Se como bem, se como mal Só não pode faltar sal Pra me enterrar, pra me proteger Me afastar dos urubus Pra me enterrar, pra me proteger Me afastar dos urubus

No reino da fantasia Um carnaval de hipocrisia Prum cidadão que agoniza Na porta do hospital

Eu passo mal, eu passo mal Quando vejo no jornal Antas e pequenos roedores Na coluna social

Se exibindo na TV Falando dos antepassados Que vieram pro Brasil Trazendo negro acorrentado Nossos índios massacrados E diz que descobriu o Brasil

Cadê Zumbi, cadê Dandara Cadê Manoel Congo, João Cândido, Luísa Mahin? Personagens da nossa história




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