Gegê, Juju, Janjão
Rua do Catete
Não tem placa no portão
Gegê, Juju, Janjão
Quem será o homem
Para governar a pensão?
Gegê, Juju, Janjão
Rua do Catete
Não tem placa no portão
Gegê, Juju, mon cher,
Quem sabe se esse homem
Dessa vez vai ser mulher
Tem café pro Gegê,
Requeijão pro Janjão,
Tem churrasco ao Juju.
No menu da pensão
Coma quem quiser
Senão os outros comem
Seja mulher
Ou seja homem.
Quem é o homem
Eu não digo não
Quem é o homem
É uma interrogação
Eu sei quem é
Mas não quero dizer
Pois tenho medo
Da polícia me prender
Virá do Norte
Que bom!
Virá do Sul
Que bom!
Virá do Leste
Que bom!
Ou do Oeste
Que bom!
Ele virá de qualquer maneira
Para a glória da gterra brasileira.
Autores: Alvarenga, Ranchinho e Ariovaldo Pires. Intérpretes: Alvarenga, Ranchinho e Capitão Furtado. Gravadora: Odeon.
CAPITÃO FURTADO: Cof, cof, cof (tosse fraca)
ALVARENGA: Uai, Capitão Furtado, que tossinha mais esquisita é essa ? Mecê parece que nos tempos de dantes tossia mais grosso.
CAPITÃO FURTADO: É, devera.
ALVARENGA: E o que foi isso, Capitão?
CAPITÃO FURTADO: É, foi a baixa do café! Ah, quando eu se alembro do tempo do café arto que eu saia na porta do terrero, oiava meus fazendão que era uma beleza, eu então empolava o peito e tossia assim COF COF (tosse alto e grosso) Mas o diabo do café deu a baixa, caiu. Minha fazenda deixou de ser fazenda, até parece aquele sítio. Vivo quieto por aí, deixei de falar alto, tudo isso é farta de administração. Inté minhas calça perdi, ...................... ficou.
ALVARENGA : E foi o diabo, a família do Ranchinho também ficou na imbira com a tar de baixa do café
RANCHINHO : E a família do Alvarenga, também não ficou muito boa, não. Tanto ansim que tiramo da baixa do café e nóis enunciamo uma moda título, num foi?
CAPITÃO FURTADO : É? Intão canta essa moda aí, eu quero só vê se ficaro boa mesmo essa moda.
O café já deu a baixa, no mercado (no estrangeiro)
Não se vende mais café, acabo-se o fazendeiro
Com a baixa do café, (cabô ganho em descarrego)
Esse mundo tá perdido com a baixa do café
Quem comia de faca e garfo hoje come de colher
Quem andava de automóvel hoje anda de a pé
Quem chamava Seu Zequinha hoje chama Seu José
Quem fumava só charuto, só cigarro de papé
Quem andava de Buick hoje anda de Chevrolet
Quem era general abaixou pra coroné
Quem morava em São Paulo hoje mora em Taubaté
Quem usava meia fina hoje não tem meia no pé
Quem comia na pensão hoje o armoço é paster
Quem andava de chapéu hoje anda de boné
Quem estava pra se casar inté que ficô sem mulher
Quem era fazendeiro cabô catano papér
Quem mandava era os hôme, hoje quem manda é as muié
A causa dessa mudança foi a baixa do café.