Quem já sondou o teu céu E já viu o teu mar Eu sei que não poderá querer Outro céu nem outro mar.
E sob a benção do azul E aos beijos do mar Vive sempre a sonhar. É bem maior que o próprio céu E maior que o próprio mar O seu amor por ti
Há um sorriso feliz Alegrando o país
Onde eu nasci.
Vibram sonoros clarins de quebrada em quebrada
Anunciando o raiar de uma nova alvorada
Dias de luz hão de ser sempre os teus
Brasil, usina do mundo, nova oficina de Deus.
As águas moveram as rodas descendo da serra
As forjas lançaram fagulhas vermelhas ao léu
Os rolos de fumo subiram do seio da terra
Moldando o sol, tingindo o céu
E junto as fornalhas gigantes o malho empunhando
Homens de mãos calejadas trabalham cantando
Ouve essa voz que o destino da pátria bendiz
É a voz do Brasil que trabalha, cantando feliz.
Por trás daquelas nuvens cor de chumbo
Fronteiras do céu por sobre os montes
Há uma planície estreita cortada pelos rios
Que levam em suas águas os horizontes
Eeehhhh! Êêêhhhh! Êêêhhhh!
Vale do Rio Doce!
Eu pensei que não serei capaz de te contar
O que eu vi ali atrás da serra
Eu pensei que não serás capaz de acreditar
O que eu vi ali naquela terra
No chão de ferro havia ouro
Nos caminhos bem à flor da terra
À flor das águas dançavam flores
Rasgavam o azul do céu quase mil cores
Eu pensei que não serás capaz de acreditar
O que eu vi ali onde o sol descansa
Onde a vida é calma como o entardecer
Mas seria bom se o mundo inteiro fosse
Como o doce vale do rio Doce
Êêêhhhh! Êêêhhhh! Êêêhhhh!
Vale do Rio Doce!