top of page
Acervo/blog


Paulistinha querida

Qual é tua cor

Que tanto disfarças

Com teu pó de arroz.

Não és loura, nem morena

Não tem nada de mulata

Paulistinha querida

A tua cor é 32.

Eu desta vez ofereço

Esta canção singular

À Paulistinha querida

Que um dia o Brasil inteiro

Há de adorar.

Tem um sorriso tão lindo

E tanta graça no andar

Mesmo no céu não existe

Uma estrela que brilhe

Como o seu olhar.


Eu queria dizer-te um segredo

Era uma bola segura

Mas tu chamaste a polícia, meu bem,

E a minha bola foi cortada na censura

Bancando a moralista

No século vinte não se faz boa figura

Muda essa tua atitude, meu bem,

Se não eu corto a tua pose na censura

E se continuares a conversar

Com o namorado em noite escura

Eu mandarei um bilhete a teu pai

E o teu amor será cortado na censura.




A verdade, meu amor, mora num poço É Pilatos, lá na Bíblia, quem nos diz E também faleceu por ter pescoço O infeliz autor da guilhotina de Paris Vai orgulhosa, querida, Mas aceita esta lição No câmbio incerto da vida A libra sempre é o coração O amor vem por princípio, a ordem por base O progresso é que deve vir por fim Desprezastes esta lei de Augusto Comte E fostes ser feliz longe de mim Vai, coração que não vibra Com teu juro exorbitante Transformar mais outra libra Em dívida flutuante A intriga nasce num café pequeno Que se toma para ver quem vai pagar Para não sentir mais o teu veneno Foi que eu já resolvi me envenenar.


bottom of page