Pode haver eleição lá no morro
Que o nosso presidente continua
A diretoria da escola vai mudar
Porque não quer botar o carnaval na rua
Pode haver eleição lá no morro
Que o nosso presidente continua
O presidente da nossa escola de samba
Tem trabalhado pra ver a turma sambar
Mas como sempre há meia dúzia de batuqueiros
Atrapalhando, não deixa o homem trabalhar
Não adianta oposição,
Estamos com o presidente
E ele está com a razão.
Mas quem será o homem?
Mas o homem, quem será?
Será esse que eu penso?
Eu não sei se ‘serará’.
Essa cadeira no Catete é que me espanta
Quando um homem se alevanta
Tem cinquenta pra sentar
Que contratempo
Dessa gente alucinada
Por causa de uma cadeira
Está saindo cadeirada
Mas quem será o homem ...
Uma cadeira está sendo disputada
Está sendo cobiçada
No Catete que será
E quando acaba lá em casa, uma besteira
Fica mais de cem cadeira
E ninguém quer se sentar.
Mas quem será o homem ...
Quem não tiver candidato
Me acredite
Eu vou dar o meu parpite
E pode ser que seja bão
Pra presidente, nas urnas, no primeiro
Vou votar no meu padeiro
Só pra ver se abaixa o pão
Mas quem será o homem ...
É todo dia comício pra lá pra cá
Por causa de uma cadeira todo mundo quer brigar
Mas que bobagem, o melhor é esperar
Até que um dia ele resolva
Da cadeira levantar.
Mas quem será o homem ...
Iaiá, me deixa
Subir essa ladeira.
Eu sou do bloco
Mas não pego na chaleira.
Lá vem o cordão dos puxa-sacos
Dando vivas aos seus maiorais
Quem está na frente é passado pra trás
E o cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais
Vossa Excelência, Vossa Eminência
Quanta reverência nos cordões eleitorais
Mas se o doutor cai do galho e vai ao chão
A turma toda evolui de opinião
E o cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais.