Purucutuco, pá, pá, pá, pá com meu trabuco Vocês podem não gostar, mas eu vou falar de novo Purucutruco, pá, pá, pá, pá com meu trabuco Eles comem caviar e quem paga é o povo
Purucutruco, nessa terra de maluco Pobre só se aposenta quando morre ou tá gagá Purucutruco, mas a turma de Brasília Já com oito de moleza consegue se aposentar
Purucutruco, nessa terra de maluco O filhinho de papai mata gente, toca fogo Purucutruco, mas não acontece nada Porque a rapaziada no fundo conhece o jogo
Purucutruco, nessa terra de maluco O banco vai à falência e o banqueiro dá risada Purucutruco, mas o pobre da bodega Coitadinho quando ele quebra, vai preso e leva porrada
Purucutruco, nessa terra de maluco O negócio do momento é viver de construção Purucutruco, nunca vi dar tanto lucro Não se usa mais cimento a moda agora é papelão
Purucutruco, nessa terra de maluco Tem roubo, tem safadeza, corrupção e marmelada Purucutruco, tenho vontade de sorrir Com essa tal de CPI que no fim não dá em nada
Purucutruco, nessa terra de maluco Continua como sempre o trambique e o jeitinho Purucutruco, vai o velho e entra o novo E o coitadinho do povo levando no buraquinho
Recebi seu telegrama
Com detalhes do programa
A campanha e sua meta
As promessas adiadas
E as verbas canceladas
Colocaram o meu na reta
Os capachos e os pelegos
Já largaram seus empregos
Esperando pelo seu
As viúvas tão viúvas
Esperando pela chuva
Que o Senhor nos prometeu
Todo dia os rapazes
Coladores de cartazes
Vão lá em casa receber
O dinheiro que me veio
Deu um tanque pelo meio
E não deu preu me mexer
Não tem fogos de artifício
Nem palanque para comício
E nem pano prumas faixas
Como pode perceber
Está difícil se eleger
Com a caixa assim tão baixa
Me bateram ao pé do ouvido
Que o senhor tá envolvido
Num montão de aconchavo
Levou grana da Capemi
Para um suborno na Sudene
E o povo aqui tá bravo
Nunca fui de cair fora
Mas agora tá na hora
Pois não traio os eleitores
Já que é a mesma marmelada
E, no fim, não levo nada
Vou tirar meu cobertor
Mas se Deus quiser pro ano
Estarei em um outro ramo
Esquecendo do senhor
Numa profissão decente
Numa profissão de gente
Tipo atravessador
Vou tirar meu pé do lodo
Faturar o ano todo
Para mostrar o meu valor
Assinado: um ex-cabo eleitoral,
Competente e leal,
Antenô Souza Amaral
Um ex-cabo eleitoral,
Competente e leal,
Antenô Souza Amaral
De Leste a Oeste,
De Sul a Norte,
Na terra brasileira,
É uma bandeira
O marechal Teixeira Lott.