
Era uma cadeira de descanso
Em que sentava o dono todo dia
Com o desconforto do balanço
Ela ficou sendo de arrelia
Quando chega a hora da mudança
Fica tudo nessa cavação
Gira tudo nessa contradança
Para conquistar-lhe o coração
Essa cadeira assim tão cobiçada
É tão gostosa e mais encrencada
Ai! Meu amor,
Só tens é a qualidade
Tenho horror da mulher da sua idade
Nessa posição em que tu vives
Quando tudo é rivalidade
Não é mais possível que se livrem
Desta nova liberalidade
Se a tua sina é carregar
Com os mesmos leves e pesados
Como vais agora abandonar
Estes teus amores encrencados
Essa cadeira assim tão cobiçada
É tão gostosa e mais encrencada
Ai! Meu amor, Só tens é a qualidade
Tenho horror da mulher da sua idade.
Marca o passo, soldado, não vês, Que esta terra foi ele que fez?
Que teu passo é o compasso seguro De um passado, um presente e um futuro.
Vê, soldado, que grande tu és. Tua terra se atira a teus pés. E estremece de orgulho e ergue os braços, Ergue braços de poeira a teus passos.
Marcha, soldado paulista, Marca o teu passo na história. Deixa na terra uma pista, Deixa um rastilho de glória. (bis)
Autores: MC Cidinho e MC Doca. Intérpretes: Idem. Gravadora: Riserev/Vidisco. CD: Rap das Armas (2008)
Fé em Deus
Eu só quero entrar na minha casa, seu moço
Ter o direito de ir e vir
Dar um beijo nas crianças
Beijar minha patroa
Ter o pão de cada dia, eu só quero é ser feliz
Essa noite comeu solto o tiroteio
Favela tava cercada, não tinha como sair
E a criançada atrás da porta em desespero
Pelo amor de Deus, papai tira a gente daqui
Aí então, uma lágrima desceu
Eu vi que minha força vinha da força de Deus
Só peço ao moço antes de apertar o gatilho
Que pense em seus filhos antes de matar os meus
Eu só quero entrar na minha casa, seu moço ...
É triste amigo a gente chegar do trabalho
E ser esculachado por um motivo que eu não sei
O rico sente pena, mas sentir pena é fácil
Ninguém passou na pele a humilhação que passei
E aos poderosos eu lanço um desafio
Viver um dia de pobre e o pobre um dia de rei
Mas eu só peço a aquele moço por favor
Antes de bater na cara, respeite o trabalhador
Eu só quero entrar na minha casa, seu moço ...
E aquela praça onde a violência
Acabava com a festa na minha adolescência
Muita coisa mudou, mas eu posso te contar
Hoje são meus filhos que não podem lá brincar
Pois a metralhadora ainda interrompe
Ameaça jovem, velho, criança, mulher e homem
O problema que era deles, passa a ser problema meu
Ter que aturar uns caras que nem sabem quem sou eu
Eu só quero entrar na minha casa, seu moço ...
