Autores: MC Júnior e MC Leonardo. Intérpretes: Idem. Gravadora: Columbia/Sony Music. CD: De baile em baile.
O meu Brasil é um país tropical
A terra do funk, a terra do carnaval
O meu Rio de Janeiro é um cartão postal
Mas eu vou falar de um problema nacional
Parapapapapapapapa
Parapapapapapapapa
Paparapaparapapara clack bum
Parapapapapapapapa
Metralhadora, AR-15 e muito oitão
A Intratek com disposição
Vem Super 12 de repetição
45 que é um pistolão
FMK-3, M-16
A pisto UZI eu vou dizer para vocês
Tem 765, 762 e o fuzil dá de 2 em 2
Parapapapapapapapa ...
Nesse país todo mundo sabe falar
Que favela é perigosa, lugar ruim de se morar
É muito criticada por toda a sociedade
Mas existe violência em todo canto da cidade
Por falta de ensino, falta de informação
Pessoas compram armas, cartuchos de munição
Se metendo em qualquer briga ou em qualquer confusão
Se sentindo protegidas com uma arma na mão
Parapapapapapapapa ...
Vem pistola Glock, a HK
Vem a Intratek, granada pra detonar
Vem a caça-andróide e a famosa escopeta
Vem a pistola Magnum, a Uru e a Beretta
Colt 45, um tiro só arrebenta
E o fuzil automático com um pente de 90
Estamos com um problema que é a realidade
E é por isso que eu peço paz, justiça e liberdade
Parapapapapapapapa ...
Eu sou o MC Júnior, eu sou MC Leonardo
Voltaremos com certeza pra deixar outro recado
Para todas as galeras que acabaram de escutar
Diga não a violência e deixe a paz reinar
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(1) A letra da segunda versão de Rap das Armas é a seguinte: “Morro do Dendê é ruim de invadir/ Nós, com os alemão, vamos se divertir/ Porque no Dendê eu vou dizer como é que é/ Aqui não tem mole nem pra DRE/ Pra subir aqui no morro até a BOPE treme/ Não tem mole pro exército, civil, nem pra PM/ Eu dou o maior conceito para os amigos meus/ Mas Morro do Dendê também é terra de Deus/ Fé em Deus, DJ/ Vamos lá/ Parapapapapapapapapa/ Parapapapapapapapapa/ Paparapaparapapara clack bum/ Parapapapapapapapapa/ Vem um de AR-15 e outro de 12 na mão/ Vem mais um de pistola e outro com dois oitão/ Um vai de URU na frente, escoltando o camburão/ Tem mais dois na retaguarda, mas tão de Glock na mão/ Amigos que eu não esqueço, nem deixo pra depois/ Lá vem dois irmãozinho de 762/ Dando tiro pro alto só pra fazer teste/ De Ina-Ingratek, Pisto-Uzi ou de Winchester/ É que eles são bandido ruim e ninguém trabalha/ De AK-47, na outra mão a metralha/ Esse rap é maneiro, eu digo pra vocês,/ Quem é aqueles caras de M-16/ A vizinhança dessa massa já diz que não aguenta/ Nas entradas da favela já tem ponto 50/ E se tu tomá um pá, será que você grita/ Seja de ponto 50 ou então de ponto 30/ Mas se for alemão eu não deixo pra amanhã/ Acabo com o safado, dou-lhe um tiro de pazã/ Porque esses alemão são tudo safado/ Vem de garrucha velha, dá dois tiros e sai voado/ E se não for de revólver, eu quebro na porrada/E finalizo o rap detonando de granada”.
Aí
Você que quer se eleger
Se liga na comunidade
Eu disse que é melhor
É melhor não falar
Bem melhor me ouvir
É melhor não olhar
Bem melhor refletir
Já li no diário, no noticiário
Da nossa cidade
Tem gente morando na rua
Mostrando pro povo a crua verdade
É a lei, é a lei, é a lei, é a lei
Pra quem nem sabe o que é lei
Já tô legal dessa lei
Porque a lei vacilou
Agora seu moço
Você desconversa
Na televisão
Se liga que a comunidade
Que espera a promessa
Da sua eleição
Me dê uma escola
Quem sabe melhora
Essa minha cultura
E um bom hospital
Pois eu sei que esse mal
De repente tem cura
E um anjo de guarda
Que não vista farda
Pra me proteger
Com medo da situação
Eu só faço oração
Para sobreviver
Autores: José Cândido e João do Vale. Intérprete: Maria Bethânia. Gravadora: RCA Victor. Compacto simples.
Carcará,
Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião
Carcará,
Quando vê roça queimada
Sai voando e cantando
Carcará,
Vai fazer sua caçada
Carcará come inté cobra queimada
Quando o chega o tempo da invernada
O sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim não passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará pega, mata e come
Carcará num vai morrer de fome
Carcará, mais coragem do que home
Carcará pega, mata e come.
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa no imbigo inté mata
Carcará pega, mata e come
Carcará num vai morrer de fome
Carcará, mais coragem do que home
Carcará pega, mata e come
(fala)
Em 1950, mais de dois milhões de nordestinos viviam fora de seus estados natais. 10% da população do Ceará emigrou. 13% do Piauí. 15% da Bahia. 17% de Alagoas.
Carcará pega, mata e come
Carcará num vai morrer de fome
Carcará, mais coragem do que home
Carcará pega, mata e come
