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Acervo/blog



Os bronzes da tirania (*)

Já no Brasil não rouquejam

Os monstros que nos escravizam

Já entre nós não vicejam.

(Refrão)

Da pátria o grito

Eis se desata

Desde o Amazonas

Até o Prata.

Ferros e grilhões e forças (*)

De antemão se preparavam;

Mil planos de proscrição

As mãos dos monstros gizavam.

Da pátria o grito ...

Amanheceu finalmente

A liberdade no Brasil...

Ah! Não desça sepultura

O dia Sete de Abril.

Da pátria o grito ...

Este dia portentoso

Dos dias seja o primeiro.

Chamemos Rio de Abril

O que é Rio de Janeiro.

Da pátria o grito ...

Arranquem-se aos nossos filhos (*)

Nomes e ideias dos lusos

Monstros que sempre em tradições

Nos envolveram, confusos.

Da pátria o grito ...

Ingratos a bizarria, (*)

Invejosos de talentos,

Nossas virtudes, nosso ouro,

Foi seu diário alimento.

Da pátria o grito ...

Homens bárbaros, gerados (*)

De sangue judaico e mouro,

Desenganai-vos, a pátria

Já não é vosso tesouro.

Da pátria o grito ...

Neste solo não viceja

O tronco da escravidão

A quarta parte do mundo

As três dá melhor lição

Da pátria o grito ...

Avante, honrados patrícios

Não há momento a perder

Se já tendes muito feito

Ide, mais resta fazer.

Da pátria o grito ...

Uma prudente regência

Um monarca brasileiro

Nos prometiam venturosos

O porvir mais lisonjeiro.

Da pátria o grito ...

E vós donzelas brasileiras (*)

Chegando de mães ao estado

Dai ao Brasil tão bons filhos

Como vossas mães têm dado.

Da pátria o grito ...

Novas gerações sustentam

Do povo a soberania

Seja isto a divisa deles

Como foi de abril de um dia.


(coro)

A Baco brindemos,

Brindemos a amor;

Embora aos corcundas

Se dobre o furor.

(voz)

Em bródio festivo

Mil copos retinam,

Que a nós não nos minam

Remorsos cruéis.

Em júbilo vivo

Juremos constantes

De ser, como d'antes,

À pátria fiéis.

A Baco brindemos etc ...

Consócios amados,

Se a pátria afligida

Por nós clama e lida,

Pois longe nos vê;

Jamais humilhados

Ao vil despotismo,

No seio do abismo

Fiquemos em pé.

A Baco brindemos etc ...

Gritemos unidos

Em santa amizade:

“Salve, ó liberdade!

E viva o Brasil!”

Sim, cessem gemidos,

Que a pátria adorada

Veremos vingada

Do bando servil.

A Baco brindemos etc ...

A nau combatida

Da tormenta dura

Furores atura

Do rábido mar;

Já quase sumida,

Ressurge, e boiando,

Lá vai velejando,

Sem mais soçobrar!

A Baco brindemos etc ...

Bem prestes, amigos,

Vereis vossos lares;

Tão tristes azares

Jamais voltarão.

Os vis inimigos

Só colhem vergonha;

E negra peçonha

Destilam em vão.

A Baco brindemos etc ...

Se a pátria nos ama,

Amá-la sabemos;

Por ela estivemos

O sangue a verter.

Se a pátria nos chama,

Iremos contentes

Com peitos ardentes

Por ela morrer.

A Baco brindemos etc ...

Patrícios honrados

Aos ternos meus braços

Em mútuos abraços

A unir-vos correi.

C’os copos alçados

De novo juremos,

Que amigos seremos...

Já bebo, e bebei.

A Baco brindemos etc ...

A Vênus fagueira,

A Baco risonho,

Ninguém, por bisonho,

Se esqueça brindar:

Moafa ligeira

Tomemos agora;

Amigos, vão fora

Tristeza e pesar.

A Baco brindemos etc ...

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