A classe roceira e a classe operária
Ansiosas espera a reforma agrária Sabendo que ela dará solução
Para a situação que está precária Saindo o projeto, no chão brasileiro,
Se cada roceiro plantar sua área Sei que na miséria ninguém viveria
E a produção já aumentaria Quinhentos por cento até na pecuária. Esta grande crise que há tempo surgiu
Maltrata o caboclo ferindo em seu brio Dentro de um país rico e altaneiro
Morre brasileiro de fome ou de frio Em nossa Manchester rica em imóveis,
Milhões de automóveis já se produziu Enquanto o coitado do pobre operário
Vive apertado ganhando um salário Que sobe depois que tudo subiu. Nosso lavrador que vive do chão
Só tem a metade da sua produção Porque a semente que ele semeia
Tem que ser a meia com o seu patrão O nosso roceiro vive num dilema
E o seu problema não tem solução Porque o ricaço que vive folgado
Acha que o projeto, se for assinado, Estará ferindo a Constituição. Mas grande esperança o povo conduz
Pedir a Jesus pela oração Pra guiar o pobre por onde ele trilha
E para as famílias não faltar o pão Que Ele não deixe o capitalismo
Levar ao abismo a nossa nação A desigualdade que existe é tamanha:
Enquanto o ricaço não sabe o que ganha O pobre do pobre vive de tostão.
Autores: Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro. Intérprete: Dori Caymmi. Gravadora: EMI-Odeon. LP: Dori Caymmi (1980).
Por toda terra que passo
Me espanta tudo que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego eu me enredo
Nas tramas do teu desejo
O mundo todo marcado
À ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo
O olhar que assusta anda morto
O olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco
Nas tranças do teu segredo
Ê Minas, ê Minas,
É hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe(bis)
A cera da vela queimando,
O homem fazendo seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco
Nas cordas do seu cabelo
Ê Minas, ê Minas …
Autor: Catireiro. Intérpretes: Bate-Pé e Catireiro. Gravadora: Itaipu. LP: “Adeus de um presidente”.
A esperança do nosso Brasil amado
Estava nas mãos de um mineiro
Nos comícios lutando pelas Diretas
Conquistou os corações dos brasileiros
Foi ele quem plantou a Nova República
O seu nome destacou no mundo inteiro
Das montanhas de São João Del Rei
É que nasceu esse valente mineiro
Ele deixou do seu governo de Minas
Em pouco tempo foi eleito a presidente
Foi uma chama de esperança para o povo
Que acendeu nos corações de toda a gente
Tancredo Neves é seu nome verdadeiro
Pois aprendemos a gostar tão de repente
Uma doença misteriosa apareceu
E afastava Tancredo Neves da presidência
29 dias de angústia e sofrimento
Em pouco tempo sofreu sete operação
Numa esperança de fé e muito amor
De ponta a ponta uniu todas as religiões
O povo derramava suas lágrimas
Numa corrente fazendo orações
Dia 21 de abril de 85
Ele morria no Instituto do Coração
Descansa em paz, doutor Tancredo Neves
No subsolo da cidade em que nasceu
São João Del Rei está toda de luto
Estão chorando pelo filho que perdeu
O clarim do infinito está chamando
Bem juntinho de Deus ao Salvador
Tancredo Neves, serás sempre o presidente
Nos corações desse povo que te amou..