Anda o querosene numa viva roda
Por causa da moda que veio de Cuba
E o mosquito agora está condenado
A gemer coitado na velha suruba
Cozinheiro, lorde, gente pobre ou rica,
Dizem que ele morde, dizem que ele pica
Boa gente afirma que uma picadela
A febre amarela facilmente expande
E o pobre mosquito, Judas de Aleluia,
Vai tomar na cuia como gente grande
Até minha sogra que toda se pela
Livrar-se não logra da tal picadela
Cidadãos passados, cabras de restolho
Abram bem o olho, olhem o zum-zum
Que o tal curicídio (?) de pança rajada
Não respeita nada, pica em qualquer um
Dona Ana Trancoso, (........... sempre) fica
Me diz se é gostoso, se acaso ele pica
Diz o mosquitinho para a mosquitinha:
Companheira nossa, vamos passear.
Deixa de lambança, não me entorne o caldo
Que o doutor Oswaldo lá nos vem pegar
Marocas Benfica, boa rapariga
Diz quando ele morde incha-lhe a barriga
(Quem gosta de picadela de mosquito é minha sogra, é doida por isso)
Comer é verbo da moda
Nem já se conjuga mais
Comeu diz a gente toda
Não quer ninguém se enjoar
Todos comem neste mundo
Comem o fidalgo e o plebeu
É portanto erro profundo
Dizer que o fulano comeu
Sem comer morre-se à fome
Come você, como eu
Come o moço, o velho come
Porque a mãe o pai comeu
Senador ou deputado
Que só faz oposição
E nunca diz apoiado
Ao governo da nação
Se um dia o governo apóia
O mesmo que combateu
Berra o povo: “Foi tramóia”
E as galerias: “Comeu”
Sem comer morre-se à fome
Come você, como eu
Come o moço, o velho come
Porque a mãe o pai comeu
Ninguém foge à lei da fome
Pois é fato bem sabido
Que neste mundo quem come
Acaba sendo comido
Enquanto a morte não come
Como o fidalgo e o plebeu
Sem comer morre-se à fome
Comigo mesmo diz que comeu
Come a velha, a moça come
Porque a mãe o pai comeu
Ninguém mais diz que come
Ninguém mais diz que comeu.
Foi-se o ano da pendenga
Chamada candidatura
Entra o ano da reforma
Com muito ar e (............)
Estrada de ferro, correio, Tesouro
Tudo reformado a peso de ouro
Um funcionário ganhava setenta
Reforma-se apenas com 190
Tem futuro neste inferno
O empregado do governo
Fico pasmado, confesso
A reforma é um sucesso
Eu confesso
Que é um sucesso
(E é um sucesso mesmo)
O grão chefe da central
Da polícia brasileira
Inventou também reforma
Pra sua gente guerreira
Os (...........) suplentes foram aumentados
Também os agentes foram contemplados
Está mais vistoso, correto e viril
O porte garboso do guarda civil
Quando há qualquer conflito
Aí vem São Benedito
(...............) dizem: presos
E a todos impõe respeito
Qualquer sujeito
Lhe tem respeito
(Quanta ajuda!)
Ali na Cadeia Velha,
Gaiola de papagaio
Vai haver uma reforma
Que já entrou no sicário (?)
Aumento do milho para a criação,
Se fala difícil a bem da nação
Pra ver se com isso pra nosso porvir
Abaixa o sistema para produzir
Se mais milho é a ração
Para haver reunião
Venha o ouro, eu faço fé
Que a reforma é um filé
Vem cá, meu louro,
Vem cá o pé
Se a reforma é justa, humana,
A todos toca um bocado
Que reformem as mudanças,
Que está de tempo acabado
Reformem a vida para se viver,
Reformem a morte para não se morrer
Reformem o navio, reformem o trem
A casa da sogra reformem também
Meu santo reformador
Que assim reformará o bem
Muitas palmas ao autor
Passem todos muito bem
Eu não reformo a mais ninguém
(Fala)
- O que vale é que vou pedir uma reforma lá pra casa também.
- Bravo, Eduardo, está muito desinformado a respeito do dinheiro lá em casa ...