top of page
Acervo/blog

Não sabem o que aconteceu?

O Telles carpinteiro

Para Santa Filomena

Andava a pedir dinheiro

Mas não tinha, não, licença

Da Câmara Municipal

Eis que encontra o pobre Telles

Com a guarda e com o fiscal

Fica o bicho atrapalhado

De opa e bacia na mão

Quando o fiscal disse aos guardas

“Peguem aquele ermitão” (irmão)

O Telles mui apertado

No coração sente dor

E dando azeite nas pernas

Meteu-se num corredor

Sacou a opa às carreiras

A bolsa nela envolveu

E disse todo assustado

Quem vai se embora sou eu.

Nada, nada, meu Tellinhos,

Não torno noutra a cair;

Sem tirar a tal licença

Pra santa não vou pedir.

Mas a Santa fez milagre

Pela minha devoção.

Ai, livrou-me de ser preso

E pagar condenação.

Esta Santa Filomena

É uma santa muito bela;

Mas sem tirar a licença

Nada mais peço pra ela.

Puxando pela boceta

O Telles toma tabaco;

E vai fugindo dos guardas

Oh! Que cara de macacos!

Mui padece quem é pobre

Neste mundo de ilusão,

Quando mal a gente pensa

Vai cair na correção.

Vengão vere miei signori

Tuti questi meravilhie,

Tengo bestie straordinari

D’Asie, Europe e delle Antilhie …

Borbolete, gafanhote

Crocodile, ximia informe

Popistrelli, vespe note,

Una pulga, fato enorme …

Tre merluxe e un canario

Qui toca bene il trombone,

E parla vinte sei lingue,

Un siberio macacone

Una aranha

Que sbasbaca …

Tuto questo

Una pataca.

Toca, toca rialeja

Quiama gente di quatrini;

Qui se vede maravilha!

Il nasso del Paganini,

Un sapato di Mosé,

La barba del Faraó,

I capelli di Voltér,

Lo scudo di Mirabó,

Una bota di Pilato,

La gorga del Tamburini,

La casaca di Alessandro,

E la spada del Rossini.

Di Platone

La matraca …

Per niente

Una pataca.

Signore, in questo vidrace

Sta il badegio qui canta,

La lacraia inamorata

D’um picapao elefante ...

Il somaro versatore,

Il porco naturalista,

L’arara que suona trompa

Ed un macuco stadista ...

La paca que dansa polka,

Il sapo gran violino,

Il cane coll’officlide

Ed un rato concertino

Cose rare!

Sol la paca ...

Vale bene

La pataca.

Ecco ancora la gran vara

Que corto il Mar Vermelho,

Ecco, qui, del padre Adano

Un osso del suo artelho:

La trompe de Jericó,

La queixada de Sansone,

La funda del rei David,

Il chapeo de Salomone;

Ecco di Bruto e de Cezare

Lo orologio e lo cachimbo,

La seringa de Noé,

E qui um’alma del limbo

Toca, toca,

Non ti staca,

Quiama, quiama

La pataca

Questa gambá di Archimede

Mi há custato tre milhione;

Ecco il bigode terribili

Del grande Napoleone!

Nel tavolino vedete

Sigarrando Cicerone

El il profeta Maometo

C’um piato di macarrone;

Carlo Magno in paletó,

Il Camoens nella sua gruta

Col Dante bebendo birra,

Facendo la faccia bruta.

Al Tamoio

Nella maca!

E por niente! ...

Una pataca.

Ecco l’anta batizata.

Il quati predicatore,

Un capello califórnia;

E un macaco gran pittore...

Vedete qui la spingarda

Del grande Caramuru

La statua de Xenofonte

Il bronzo d’uno urubu;

Manuscriti botocudi,

Una balena que canta,

Un tatu maestro di spada,

E un burro, burro qu’ispanta ...

Tengo giá

La voce fiaca ...

Date, date

La pataca ...


Este mundo, este mundo,

É um grão cabaço cortado,

Cortado, dá duas cuias

Numa bebem os Lavernos

Noutra bebem os tapuias

Se tu tens, ó minha vida,

Duas cumbucas de amor

Sou Laverno, sou Tapuia

Sou um grande bebedor

Este mundo é cosmorama

Com vistinhas de mil cores

Nos palácios estão Lavernos

Tapuias nos corredores.

Se tu tens, ó minha vida

Um cosmorama gostoso

Sou Laverno, sou Tapuia

Sou de tudo curioso

Este mundo é loteria

De pretas e brancas sortes,

Aos Tapuias cabem fracas

Aos Lavernos cabem fortes.

Se tu tens ó minha vida

Um bilhetinho d'amor

Quero ter a sorte grande

Eu já sou seu comprador.

bottom of page