Ai, Nega Maria! Ai, Maria Fulô!
Olha a minha plataforma se algum dia
Eu chego a ser governador
(bis)
Pra secretário, eu nomeava meu compadre
Que não gosta de maldade, a gente pode confiar
No meu governo, esse homem de nobreza
Só fazia umas defesas, mas defesa é naturá
Ai, Nega Maria ...
Na prefeitura, eu botava meu papai
Que já tá véio demais módi di na coisa pegar
E quanto à verba, eu garanto a voismicêis
Que no fim do quinto mês ela ia aumentar
Ai, Nega Maria ...
Meu irirmão pru sê moço de talento
Punha no Saninhamento, cumissão especiá,
O tá disposto naturá pra batê close
E bancando muita pose tudo ia sanear
Ai, Nega Maria ...
Lá no Tesouro, por causa de uns estrago
Botava meu primo gago, somente pra tapiar
Esse meu primo tinha órdi do Estado
Pru dinheiro ser sacado em meu nome pessoá
Ai, Nega Maria ...
Meu afilhado era chefe de polícia
E comandante da milícia era um fio de honrá
O meu cunhado ia ser o meu prefeito
Pois o cabra tem um jeito danado pra governá
Ai, Nega Maria ...
Eis minha plataforma toda cheia de grandeza
Que acabava com a pobreza e tudo ia endireitá
E quanto à fome que com todo mundo arrasa
Pelo menos lá em casa ela ia se acabá.
Autores: música de Daniderff (“Manolita”), paródia de Alvarenga e Ranchinho. Intérpretes: Alvarenga e Ranchinho. Gravadora: Odeon.
Era uma tarde em Berlim
Vi uma dama que era um canhão
Com os óios apertados assim
Fia da pátria do amarelão
Um rapaz era o arvo da festa
Era o Adolfito, o toureador,
Bigodinho e cabelo na testa
Tinha uma cara que era um horror
E disse para ela, levantando o braço
Te juro, ó bela, que és um pedaço
Arça, arça, Hiroíta,
Meu coração teu será
Pra te agradar minha amada
Te darei a cruz gamada
E se essa cruz não te chegar
Três cruz eu posso te dar
Vai a cigana e verás
Que a cigana não mente jamais
Um dia veio um chamado
E o Adorfito foi a Vichy
O coração abalado de Hiroíta
Ficava ali
Benita, rival nos amores,
De Hiroíta quer se vingar
Percurou então os traidores
Que era o Judas chamado Laval
Seu Fuhrer não morre de amores por ti
Chamado por outra foi ele a Vichy
Arça, não posso acreditar
Que meu querido Adorfito
Vá um dia desprezar
O meu arroz com palito
Ele jurou com devoção
Não como mais macarrão
Vai à cigana e verás
Que a cigana não mente jamais
Traz no jornal reportagem
Que a Hiroíta não quis nem crer
Hitler perdeu a coragem
E corre o risco de enlouquecer
Adorfito, o tar mata-mouros,
De tanto medo ficou azul
Quando viu só o porte do couro
Que era o valente touro John Bull
E ficou tremendo ao deus americano
E saiu correndo que nem italiano
Pira, pira, Hiroita
Que seu dia chegará
As coisa não tá bonita
Praquelas bandas de lá
Ocê quem trouxe esse brinquedo
Já tá marela de medo
Será que ocê não pegou
Que a cigana essa vez te enganou.
O seu Hitler bigodinho
E o japonês Eroíto
Fizeram uma pagodeira
Junto com o seu Benito
Comeram arroz com palito,
Sarsicha com talharim
A sobremesa dos dito
Foi alfafa com capim
Comeram e beberam tanto
Que ficaram num pifão
Daí foram todos três
Prum parque de diversão
Brincaram num trem fantasma
Viram muitas carapuça
Porém tremero de medo
Na tar de montanha russa
E a farra continuava
O Benito quis cantar
Seu Hitler e o Eroíto
Garraram a saracotear
Benito quis inzebir
A sua voz de calhorda
Cantou aquela opereta
Vá lavar a face corda
Já com muito carteiraço
Se metero a valentão
E cismaro de lutar
Com o tar caixa-cachocão
Benito estava vestino
Camisa preta e carção
E o tio Hitler e o Hiroito
Tavam de cumbinação
Cabou caixa-cachocão
Ficando os três escrachado
Quando entraro no brinquedo
Foi tão duro pro Aliado
A turminha abriu no pé,
Ficando de cor marela
Pois saíram nas carreiras
Passa o sebo nas canelas